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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

IMPD:Dívidas,Calotes e Traição



À espera de um milagre 

Quadrilhas de pastores ladrões, dívidas milionárias com as tevês, administração amadora e investimentos equivocados na construção de grandiosos templos. O que está por trás da crise financeira da Mundial, uma das mais poderosas igrejas evangélicas do País 

Rodrigo Cardoso

 Confira compilação com cenas do apóstolo Valdemiro Santiago e outros líderes da igreja pedindo contribuições aos seguidores:

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  Chorar durante a pregação é um dos traços mais marcantes da performance de Valdemiro Santiago de Oliveira, o todo-poderoso da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), no púlpito. Criticado por abusar dessa prática, o autointitulado apóstolo tem motivos mais terrenos para derramar suas lágrimas atualmente. O império neopentecostal construído por esse mineiro de 49 anos, nascido em Cisneiros, distrito de Palma, a 400 quilômetros de Belo Horizonte, vive a maior crise da sua história. O mais recente indício de que a IMPD está fragilizada foi a decisão do Grupo Bandeirantes de encerrar, na semana passada, a parceria que mantinha com Valdemiro, que alugava quase a totalidade da grade da programação do Canal 21 e ocupava cerca de quatro horas diárias nas madrugadas da Band. Motivo do fim do acordo: atrasos no pagamento. 
ABRE_Pastor.jpg
PASTOR 
Valdemiro Santiago criou um império religioso, viu seu rebanho se 
expandir por cerca de cinco mil templos e, agora, tenta colocar a 
casa em ordem ao ver sua igreja sangrar em milhões de reais

 Valdemiro até que tentou impedir o fato. De microfone em punho, o comedor de angu que cuidava de marrecos na roça antes de se converter evangélico usou toda a sua empatia com o povão. No início do mês, pôs o rosto no vídeo, caprichou na voz chorosa e iniciou uma campanha conclamando seus fiéis a ajudá-lo a arrecadar R$ 21 milhões para honrar compromissos com o aluguel de horários na mídia. A Mundial já devia R$ 8 milhões ao Grupo Bandeirantes referentes a setembro. No fim deste mês, outro boleto a vencer: R$ 13 milhões. A emissora paulista não confirma oficialmente, mas a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, concorrente direta da Mundial, teria entrado na disputa por esses horários e conseguido vencer a briga sobre a maior concorrente na disputa por almas. “Pegaram a gente em um momento de fraqueza”, diz uma liderança da IMPD. “Gastamos R$ 300 milhões com templos ultimamente e vivemos um tempo de estruturação e amadurecimento.”


PODER
 Diante da crise, Valdemiro nomeou Jorge Pinheiro (acima), marido da irmã 
de sua esposa, para gerir o setor financeiro e administrativo da IMPD no
lugar do bispo Josivaldo (abaixo), transferido para Lisboa

 

 "Cerca de 30% dos recursos que arrecadamos são desviados por bispos e pastores. Por mês, R$ 30 milhões saem pelo ralo", afirma um alto dirigente da IMPD do Rio de Janeiro Quisera Valdemiro Santiago, porém, que seus problemas fossem revezes restritos apenas ao campo administrativo da sua igreja. Em São Paulo, o líder evangélico é alvo de uma investigação do Ministério Público estadual e da Polícia Civil. Desde janeiro de 2013, diligências feitas pelo Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec) e pela Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Fazenda, da Polícia Civil, apuram um suposto crime de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos ou valores. O dono da Mundial virou alvo das autoridades quando elas descobriram que a Fazenda Santo Antonio do Itiquira, localizada em Santo Antônio do Leverger (MT), um conglomerado de 10.174 hectares de terras ocupado por milhares de cabeças de gado, foi comprado por R$ 29 milhões à vista pela empresa W. S. Music, cujos representantes são o apóstolo e sua mulher, a bispa Franciléia. O caso, que pode configurar uso do dinheiro de fiéis para enriquecimento pessoal, corre em sigilo.



A Mundial, fundada em 1998 – antes dela, Valdemiro fora pastor na Igreja Universal por 18 anos (leia quadro) –, viveu um avanço muito grande em um curto espaço de tempo. De 500 templos em 2009, hoje a denominação computa mais de cinco mil unidades, segundo seus membros. Acontece que a vida de uma igreja não se resume ao púlpito ou aos cultos. Administrativa e financeiramente falando, a IMPD não evoluiu. “Cerca de 30% dos recursos que arrecadamos são desviados. Por mês, R$ 30 milhões saem pelo ralo”, afirma um alto dirigente da denominação, lotado no Rio de Janeiro. De acordo com ele, a devoção em torno dos cultos, espécie de pronto-socorro espiritual, onde fiéis garantem ter alcançado a cura divina para alguma enfermidade graças à intercessão de Valdemiro, trouxe notoriedade à igreja e atraiu quadrilhas de pastores que se infiltraram em seus templos para se apropriar das doações. “Há dois anos e meio, por exemplo, o Valdemiro descobriu uma dessas quadrilhas no ABC paulista liderada pelo bispo e por seus auxiliares e os expulsou.”


PREGAÇÃO 
Com fama de milagreiro, Valdemiro fez fama ao se aproximar 
dos mais humildes. Abaixo, sua esposa, a bispa Franciléia



  Esse mesmo dirigente lembra do dia em que, ao manobrar seu carro na saída de um culto, uma fiel bateu no vidro para alertar que pessoas traíam a confiança do líder evangélico: “Pastor, está vendo esse carnê da Mundial? A conta corrente aqui escrita não é a da igreja. Estão distribuindo carnês falsos para o povo pagar! Avisa o apóstolo, por favor!” Ou seja, o dinheiro estava sendo desviado num esquema paralelo ao de Valdemiro. Professor da pós-graduação de Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ricardo Bitun se deparou com essa prática ao ir a campo para a confecção de sua tese de doutorado. Intitulado “Igreja Mundial do Poder de Deus: Continuidades e Descontinuidades no Neopentecostalismo Brasileiro”, o estudo defende que Valdemiro foi o único dissidente da Universal que conseguiu alcançar sucesso. E assim o fez graças, principalmente, à remasterização da cura divina, uma prática bastante difundida no Brasil nos anos 1970. “Um bispo me contou que havia pastores infiltrados em igrejas e até mesmo bispos cobrando propinas de pastores”, diz Bitun.


SUSPEITA 
Uso do dinheiro de fiéis para enriquecimento pessoal, como a compra de uma
fazenda de R$ 29 milhões (à esq., o documento de compra em seu nome),
é investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de São Paulo

 Valdemiro é um líder religioso onipresente no altar e nos programas televisivos e demorou a perceber que estava sendo traído por pessoas muito próximas a ele – e do alto escalão da igreja. Havia um grupo próximo a Josivaldo Batista de Souza, que era considerado o número 2 da Mundial, agindo como lobos em pele de cordeiro. “Ele se deu conta de que o problema advinha da concentração de poder em torno dessa turma”, diz um membro da hierarquia paulista da Mundial. “Era gente pedindo avião para fazer não sei o quê, para ter programa na televisão não sei onde, para abrir igreja em um grotão aí...” Segundo esse integrante da IMPD, Valdemiro cometeu erros próprios de líderes que sobem muito e rapidamente. “Ele se cercou de um estafe pequeno que blindava o acesso a ele. E, assim, passou a ouvir pouco outras opiniões. Precisa amadurecer.”



FLAGRA 
Membros da Mundial chegaram a clonar carnês para desviar 
o dinheiro que era arrecadado dos fiéis nos cultos 

 Diante das dívidas, dos calotes e das traições, o líder da IMPD está tentando conter a sangria da sua igreja do jeito que pode. Transferiu para Lisboa o pastor Josivaldo, um ex-membro da Universal que o acompanha desde o começo dos trabalhos da denominação em Pernambuco, segundo Estado onde ele fincou sua bandeira. Para substituir Josivaldo, que era responsável pela gestão administrativa e financeira e cuidava do dia a dia da Mundial, além dos bispos e pastores, Valdemiro achou por bem recorrer a um familiar. Empossou o bispo Jorge Pinheiro, marido da irmã da sua esposa Franciléia. Para tentar se reequilibrar financeiramente, conta um bispo paulista, ele decidiu se desfazer de duas Cidades Mundiais, como são chamados os megatemplos da IMPD, em São Paulo e no Paraná. Elas se encontram fechadas pelos órgãos públicos locais, após pouco tempo de funcionamento, por não preencherem requisitos para receber o público. Um claro erro de avaliação que onerou a igreja. “A Cidade Mundial paulista está fechada desde fevereiro de 2012. Mas Valdemiro, todo mês, tem de pagar R$ 5 milhões das parcelas da compra dela”, diz o bispo. Missionário da IMPD, o deputado estadual Rodrigo Moraes (PSC-SP), que foi designado pela igreja para fazer “a coisa caminhar” junto aos órgãos públicos, segue na sua empreitada. “Não recebi o comando de parar o trabalho ainda. Mas a vontade do apóstolo é que fala mais alto”, afirma. Templos pequenos e mal localizados, que não condiziam com a orientação de Valdemiro, também deixaram de ser usados. “Cerca de 15% deles tiveram de ser fechados ou reestruturados”, diz uma liderança da igreja. Pode ser uma saída para que a fama de caloteiro não suplante a de apóstolo milagreiro.



NA JUSTIÇA
 Faz três meses que a Mundial não paga o aluguel do imóvel (acima),
localizado em Pirituba (SP): ação de despejo e cobrança de R$ 34 mil. 
À esq., Cidade Mundial em São Paulo, que será fechada 



 Não são poucos os templos ocupados pela IMPD que têm problemas com aluguel atrasado ou ações de despejo em curso na Justiça. Em Pirituba, por exemplo, bairro da capital paulista, o proprietário impetrou na justiça uma ação de despejo contra a igreja por não receber o aluguel de seu imóvel desde julho. E cobra, ainda, o pagamento de R$ 34.538,64. De acordo com um de seus representantes legais, essa é terceira vez que a justiça é acionada desde 2010, quando o local passou a ser ocupado pela Mundial. “Não entendo a falta de organização da igreja. Não acredito que ela não tenha caixa para pagar o aluguel”, diz ele, que prefere não se identificar. “Esses problemas diminuíram 70% nos últimos tempos”, garante Dênis Munhoz, advogado da Mundial. À frente também do cargo de vice-presidente da Mundial, Munhoz refuta a ideia de a denominação viver uma crise, argumentando que a IMPD é a evangélica que mais cresce no Brasil. Sobre as quadrilhas de pastores, afirma: “Se existe esse problema, a igreja sempre tomou as providências rapidamente.” Prefere, no entanto, não comentar a perda dos espaços no Canal 21 e na Band. Quem falou sobre o assunto foi o presidente da IMPD, o deputado federal José Olímpio (PP-SP). “Estamos pagando muitas prestações, os valores de aluguéis aumentaram, temos muitas obras em andamento e acabou atrasando alguma coisa. Aí, deixa de pagar um mês e vira um problema para a mensalidade seguinte”, diz. 


 Para se ver livre de mais problemas, Valdemiro, que, procurado por ISTOÉ, não se manifestou, entregou os horários que possuía na Rede TV! e na CNT. Deixou também de alugar espaço em dezenas de retransmissoras de diferentes estados e recuou no projeto de ocupar a programação de tevês da Argentina, Colômbia e do México. “Muitas vezes, é melhor dar um passo atrás para, depois, dar um maior à frente”, diz o alto dirigente da Mundial do Rio. “Valdemiro me disse que estava, inclusive, vendendo a sua fazenda no Mato Grosso.” Essa informação não foi confirmada pelo presidente nem pelo vice-presidente da IMPD. Mas, na atual situação, receber R$ 33 milhões, valor estimado da Fazenda Santo Antonio do Itiquira, seria como um milagre para o líder evangélico.

 
Fonte Eletrônica;
http://macabeuscomunidades.blogspot.com.br/2013/10/impddividascalotes-e-traicao.html

Isto É

domingo, 27 de outubro de 2013

Veremos os parentes no céu?



milagres
 
A morte é um enigma, e muitos perguntam se nós veremos os nossos entes queridos no céu. A saudade é amarga e as lágrimas não podem deixar de rolar quando perdemos uma pessoa querida. Cristo chorou quando perdeu o amigo Lázaro.
Fé não é insensibilidade e dureza de coração. Você pode chorar, até diante dos filhos, mas chore como quem tem fé na ressurreição. Os santos nos garantem que veremos os entes queridos mortos que nos antecederam.
Diante da dor da morte gosto de me lembrar de Nossa Senhora aos pés da cruz do seu Amado. Ela perdeu o Filho Único…, Deus, morto de uma maneira tão cruel como  nenhum de nós o será. Ela perdeu muito mais do que nós e não se desesperou. Certamente chorou muito, mas nunca se desesperou e nunca perdeu a fé. Aos pés da cruz de Jesus estava de pé (stabat!).
Podemos chorar os mortos; as lágrimas são o tributo da natureza, mas sem desespero e sem desilusão.
Até o céu; lá nos voltaremos a ver, ensinam os santos. Que grande felicidade será para nós poder encontrá-los, depois de ter chorado tanto a sua ausência! Não nos deixemos levar ao desespero quando alguém parte; não somos pagãos. Lá não haverá mais pranto, nem lágrimas e nem luto.
São Francisco de Sales disse: “Meu Deus, se a boa amizade humana é tão agradavelmente amável, que não será ver a suavidade sagrada do amor recíproco dos bem-aventurados… Como essa amizade é preciosa e como é preciso amar na terra, como se ama no Céu!”
São Tomás de Aquino garante que no Céu conheceremos nossos parentes e amigos. Diz o santo doutor:
“A contemplação da Essência Divina não absorve os santos de maneira a impedir-lhes a percepção das coisas sensíveis, a contemplação das criaturas e a sua própria ação. Reciprocamente, essa percepção, essa contemplação e essa ação não os podem distrair da visão beatífica de Deus” (S. Teológica, 30, p. 84).
A morte não é o aniquilamento estúpido que pregam os materialistas sem Deus, mas o renascimento da pessoa. A Igreja reza na Liturgia que “a vida não é tirada mas transformada”.
Só o cristão valoriza a morte e é capaz de ficar de pé diante dela. Deus não nos criou para o aniquilamento estúpido, mas para a sua glória e para o seu amor. Fomos criados para participar da felicidade eterna de Deus.
Santa Teresinha disse ao morrer: “não morro, entro para a vida”.
A árvore cai sempre do lado em que viveu inclinada; se vivermos inclinados ao Coração de Jesus, nele cairemos.
É preciso saber educar os filhos também diante da morte; a psicologia recomenda, por exemplo, que os pais deixem os filhos verem os mortos, se assim eles desejarem, embora não devam forçá-los. Fale da morte com naturalidade aos filhos, e aproveite o momento para ensinar sobre o céu e sobre a ressurreição. Não se pode permitir que as crianças assistam cenas de desespero diante da morte, mesmo que se possa manifestar a dor e sofrimento diante delas.
O grande santo São Francisco Xavier, jesuíta, amigo íntimo de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, foi evangelizar o Japão e a China e por lá morreu. Sabendo que não mais poderia ver o rosto do seu querido amigo Santo Inácio, escreveu-lhe uma carta onde dizia: Não mais verei o teu rosto, mas lá no céu te darei um abraço que durará para sempre.
Prof. Felipe Aquino
 
Fonte Eletrônica;

Como é o Céu?

                  


ceu azul1
Ninguém será capaz de descrever plenamente como é o Céu, pois é algo inefável, que não há palavras para explicar. São Paulo disse aos coríntios que “o que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. (1Cor 2,9).
Diz o nosso Catecismo que:
“Os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque o veem “tal como ele é” (1Jo 3,2), face a face: (1Cor 13, 12; Ap 22,4)” (§1023).
Jesus deixou claro: “o meu Reino não é deste mundo” (Jo 18,36), e falou muito do Céu: “De que vale o homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a vida eterna” (Mc 18,36); “ajuntai tesouros no Céu onde a traça e o ladrão não entram…” (Mt 6,20); “os justos resplandecem no Céu” ( Mt 13, 43). Ao moço rico Jesus disse: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, e dá aos pobres, terás um tesouro no Céu” (Mt 18,21).
O Papa Bento XII (1334-1342), na Encíclica “Benedictus Deus” confirmou o Céu como dogma de fé e que lá já estão os santos:
“Com a nossa autoridade apostólica definimos que, segundo a disposição geral de Deus, as almas de todos os santos mortos antes da Paixão de Cristo (…) e de todos os outros fiéis mortos depois de receberem o santo Batismo de Cristo, nos quais  não houve nada a purificar, quando morreram, (…) ou  ainda, se houve ou há algo a purificar, quando, depois da sua  morte, tiverem acabado de fazê-lo, (…) antes mesmo da ressurreição nos seus corpos e de juízo geral, e isto desde a ascensão do Senhor e Salvador  Jesus  Cristo ao Céu, estiveram, estão e estarão no Céu, no Reino dos Céus e no paraíso celeste com Cristo, admitidos na sociedade dos santo anjos. Desde a Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, viram e veem a essência divina com uma visão intuitiva e até face a face sem a mediação de nenhuma criatura” (LG 49).
O Papa Paulo VI, em 1967, e sua Profissão de Fé, O Credo do Povo de Deus, ratificou a realidade do Céu e a intercessão dos santos por nós:
“Cremos que a multidão daqueles que estão reunidos em torno de Jesus e de Maria no Paraíso forma a Igreja do Céu, onde na beatitude eterna vêem a Deus como Ele é, e onde estão também, em graus diversos, associados com os Santos Anjos ao governo divino exercido pelo Cristo na glória, intercedendo por nós e ajudando nossa fraqueza por sua solicitude fraterna ” (n. 29).
A grande força da Igreja nesses vinte séculos, que a fez vencer todas as formas de perseguição e tribulação, foi a certeza do Céu; a Igreja sabe que a eternidade lhe pertence; por isso não se desespera nunca com as mazelas deste mundo. Santa Maria Egípcia, após a sua maravilhosa conversão, viveu no deserto, por mais de cinquenta anos, na mais dura penitência. Próximo da sua morte, São Zózimo lhe perguntou como ela pudera suportar, naquele lugar de horrores, uma vida tão austera. E a resposta foi essa: “Meu padre, com a esperança do Céu!”
É essa “esperança do Céu” que precisa ser ressemeada sobre a terra. Para muitos o Céu já nem existe mais… Que tristeza! Mas como é o Céu?
O Catecismo nos ensina muitas coisas:
“Essa vida perfeita com a Santíssima Trindade, essa comunhão de vida e de amor com Ela, com a Virgem Maria, os Anjos e todos os Bem aventurados, é denominada “o Céu”. O Céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva. Viver no Céu é “viver com Cristo” (Jo 14, 3; Fl 1,23; 1Ts 4, 17). Os eleitos vivem “nele”, mas lá conservam – ou melhor, lá encontram -  sua verdadeira identidade, seu nome próprio (Ap 2, 17). Por sua morte e Ressurreição Jesus Cristo nos “abriu” o Céu. A vida dos bem-aventurados consiste na posse em plenitude dos frutos da redenção operada por Cristo, que associou à sua glorificação celeste os que creram nele e ficaram fiéis à sua vontade. O céu é a comunidade bem-aventurada de todos os que estão perfeitamente incorporados a Ele.” (§1024-1028)
A Igreja ensina que na glória do Céu os bem-aventurados continuam a cumprir com alegria a vontade de Deus em relação aos outros homens e à criação inteira. Já reinam com Cristo; “com Ele reinarão pelos séculos dos séculos. (Ap 22,5; Mt 25, 21. 23)
Na Oração Sacerdotal Jesus disse: “Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a Ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste.” (Jo 17, 3). Esta é uma excelente referência de como será o Céu: um conhecimento contínuo de Deus; e, como Deus é infinito, este conhecimento também o será, por toda a eternidade. No Céu não haverá fastio, não nos cansaremos de contemplar a cada instante a Face de Deus que sempre nos será nova. E o louvor, então, naturalmente, será incessante diante das maravilhas de Deus.
Alguns perguntam se no Céu veremos os nossos entes queridos; São Tomás de Aquino, responde: “A contemplação da Essência divina não absorve os santos de maneira a impedir-lhes a percepção das coisas sensíveis, a contemplação das criaturas e a sua própria ação. Reciprocamente, essa percepção, essa contemplação e essa ação não os podem distrair da visão beatífica de Deus. Assim era em relação a Nosso Senhor aqui na terra” (Suma Teológica 30,84).
Disse Santo Agostinho, na “Cidade de Deus”, diz que os bem-aventurados “formarão uma cidade, onde terão todos uma só alma e um só coração, de tal sorte que, na perfeição dessa unidade, os pensamentos de cada um não serão ocultos aos outros”.
São Francisco Xavier, lá das Índias, escrevia a Santo Inácio de Loyola, seu pai espiritual: “Dizeis, no excesso de vossa amizade por mim, que desejareis ardentemente ver-me ainda uma vez antes de morrer. De fato, não nos tornaremos a ver na terra senão por meio de cartas. Mas no Céu, ah! se-lo-á face a face! E então como nos abraçaremos!” (Cartas de São Francisco Xavier, 93, nº 3).
Prof. Felipe Aquino
 
Fonte Eletrônica
 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A celebração Eucarística sobre o pano de fundo do Antigo Testamento

No presente texto o blog propõe um estudo sobre a Seia do Senhor, bem como uma reflexão sobre seu correto entendimento com base no pano de fundo do Antigo Testamento dentro do contexto do Evangelho. O objetivo desta análise é estabelecer também uma breve comparação entre a visão protestante, onde a Seia do Senhor possui um significado símbolo, e o entendimento católico onde é proclamada não com símbolo, mas como a realidade do Milagre concretizado pelo próprio Cristo no Novo Testamento.
Antes, contudo, de aprofundarmos nossa análise do tema da Seia do Senhor – a Eucaristia – sugiro uma reflexão importante:
Pintura da Seia do Senhor
Seia do Senhor
O Novo testamento é o cumprimento de tudo o que até então fora prefigurado no Antigo. Por exemplo: Jesus é o Novo Adão e o Novo Moisés do Novo Testamento, ao mesmo tempo é o Cristo, Filho do Deus vivo. Nele temos o cumprimento de tudo o que foi prometido por Deus através dos Profetas do Antigo Testamento. Sendo assim, se o Novo Testamento é o cumprimento do antigo, podemos tranquilamente ecoar aquilo que Santo Agostinho de Hippona afirmou;  ou seja, que o Novo Testamento está “oculto” no Antigo e o Antigo é desvendado no Novo.
Pois bem, da mesma forma que a Pessoa de Jesus e sua Missão Salvífica foram prefiguradas no Antigo Testamento, outras realidades do Antigo Testamento foram também desvendadas no Novo.
Façamos uma brevíssima síntese das principais ofertas de sacrifício relatadas na Bíblia, notando, obviamente, que quando Deus instituiu a religião judaica e estipulou as ordenanças a serem observadas pelo povo Judeu, na verdade, não o fez de modo que  elas mais tarde viessem a ser simplesmente esquecidas, mas sim substituídas por outras melhores, mais perfeitas, como veremos mais adiante.

Alguns fatos do Judaísmo Bíblico:

1-      Deus mandou que fosse construído um templo para seu povo, o templo de Salomão em Jerusalém.
2-      Deus também estabeleceu que a religião judaica seria uma religião sacerdotal.
3-      Deus estabeleceu o sacerdócio judeu e determinou que apenas aqueles descentes do clã de Arão, da tribo de Levi, seriam sacerdotes legítimos e poderiam oferecer sacrifício no templo.
4-      Deus determinou que os sacrifícios oferecidos para a expiação dos pecados do povo de Israel haveriam de ser oferecidos somente no templo em Jerusalém.
5-      Deus institui o Dia do Perdão, ou Yom Kippur, o evento mais santo para o povo judeu; quando o sacerdote oferece sacrifício no templo para o perdão dos pecados do povo de Deus. O dia do Yom Kippur é o único dia em que o sumo sacerdote judeu tem permissão para entrar no Santo dos Santos do templo, onde então invoca o nome de Deus e pede o Seu perdão.
Há muito simbolismos na celebração do Yom Kippur, e por isso não irei me estender muito neste aspecto. Contudo, uma peculiaridade importante para entendimento do Sacrifício de Jesus na Cruz deve ser mencionada; no Yom Kippur o sangue de um cordeiro sem mácula é o oferecido à Deus no  Santo dos Santos para o perdão dos pecados. Ou seja, a vida do inocente pela vida do pecador. Do mesmo modo, Jesus oferta Sua vida para a remissão dos pecados de todo o mundo.
Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.Levítico 17:11

Outros Sacrifícios do Antigo Testamento:

Mesmo antes da construção do Templo vemos o Povo de Deus, quando ainda liderado por Moisés, ser livrado da morte pelo sangue de cordeiros sem mácula sacrificados à Deus. A Bíblia nos conta que, o povo hebreu em êxodo do Egito rumo à Terra prometida, sacrificou seus cordeiros à Deus (o Korban Pescha, em Hebreu),  aspergiu o seu sangue nas vergas de suas casas e depois consumiu sua carne. Assim, toda casa cuja marca do sangue do cordeiro estivesse presente seria preservada da morte (Cf. Exodo 12,17) – Esse evento inaugurou a Pesach, ou a Páscoa Judia. Porém, antes mesmo da Páscoa Judia, outros sacrifícios e ofertas podem ser vistos na história do povo judeu:

Pão e do Vinho

Vejamos os sacrifícios de Melquisede. Ele mostra-se misteriosamente , quase no início da Bíblia – em Gênesis 14 , depois de Abrão ( que logo se tornou Abraão ) resgatar muito de todos estes reis em guerra. Após o resgate , lá vem ele, Melquisedeque , rei de Jerusalém e ” Sumo Sacerdote do Deus Altíssimo ” ( esta é a primeira vez que a palavra sacerdote é usada na Bíblia !) . Ele abençoa Abraão (indicando uma posição de autoridade ) , que lhe deu um “dízimo de tudo”.  E o que esso Sumo Sacerdote do Deus Altíssimo , o Rei da Justiça , este homem que se digna a abençoar Abraão oferta? Pão e vinho. Uma oferta sacrificial incruenta, ou seja, em que não há sangue ou morte da vítima.
Melquisedeque não é mencionado mais no Antigo Testamento até o Salmo 110,4
O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque .
Mas sua oferta é mencionada na profecia de Malaquias :
Malaquias 1:10-11
Quem há também entre vós que feche as portas para nada ? Nem façais ascender o fogo no meu altar para nada. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossas mãos. Mas desde o nascente do sol até o pôr-do- mesmo o meu nome é grande entre as nações , e em todo o lugar incenso [" Sacrifício" na tradução Douay -Reims ] deve ser oferecido ao meu nome, e uma oblação pura, porque o meu nome será grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos.
Então, a Bíblia é mais uma vez fica em silêncio sobre Melquisedeque, até o livro de Hebreus, que nos diz que Nosso Senhor é um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque para sempre e , em Hebreus 7:11-12 , que ” se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico , ( pois sob o qual o povo recebeu a lei), que necessidade havia ainda de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque , e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Pois o sacerdócio sendo mudado , não é feito de necessidade de uma mudança também da lei. ” Aqui podemos ver que o sacerdócio ainda existe – mas é alterada e é agora , segundo a ordem de Melquisedeque.  Sabemos que Melquisedeque ofereceu pão e vinho, e sabemos que sua oferta foi pura.
Agora vamos voltar novamente e ver mais um pouco como o Antigo Testamento prefigura a Seia do Senhor, ou a Eucaristia, como chamada pelos Católicos :
Levítico 23:12-13
[ E falou o SENHOR a Moisés, dizendo ...] 12. o mesmo dia em que o molho for agitado, oferecereis ao Senhor em holocausto um cordeiro de um ano, sem defeito, 13. ajuntando a ele uma oferta de dois décimos de flor de farinha amassada com óleo, como sacrifício pelo fogo de agradável odor ao Senhor, e mais uma libação de vinho, constando de um quarto de hin.
A oferta era para ser de farinha misturada com azeite, e era para ser oferecida com vinho.
Levítico 24:5-9
E tomarás flor de farinha, e asse doze pães; : duas décimas deve estar em um bolo. E põe -os em duas fileiras , seis em cada fileira, sobre a mesa pura , perante o SENHOR . E porás incenso puro em cima de cada linha, que pode ser o pão para um memorial, até mesmo uma oferta queimada ao SENHOR. Cada dia de sábado , isso se porá em ordem perante o SENHOR continuamente, pelos filhos de Israel por aliança perpétua . E será de Arão e de seus filhos , que os comerão no lugar santo, por serem coisa santíssima para eles, das ofertas queimadas do Senhor, preparada no fogo por estatuto perpétuo.
E assim foi :
1 Reis 7:48
E fez Salomão todos os vasos que pertencia a casa do Senhor : o altar de ouro , e a mesa de ouro, sobre o qual os pães da proposição foi
2 Crônicas 2: 4 2
[ E Salomão mandou dizer a Hirão, rei de Tiro , dizendo ... ] Eis que vou edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para dedicá-lo a ele, para queimar perante ele incenso aromático , e para os pães da proposição contínua , e para os holocaustos da manhã e da tarde, nos sábados, e nas luas novas , e nas festividades do Senhor nosso Deus. Este é um estatuto perpétuo para Israel.

Avançando novamente o período do templo

Como vimos, no templo era oferecido um sacrifício animal; um cordeiro sem mácula. Esse cordeiro era sacrificado à Deus e depois de sacrificado, sua carne era consumida pelo sacerdote e pelo fiéis. Isso era necessário para que cada um participasse oferta à Deus e recebesse também a expiação.
O problema com o Sacrifício animal é que, ao contrário do Sacrifício de Jesus,  ele tinha que ser renovado anualmente  e não durava. Assim, todo ano o Sacerdote e o Povo ofereciam um novo Sacrifício.

NOVO TESTAMENTO -

Jesus consolidou todos os Sacrifícios prefigurados no Antigo Testamento por meio de um único sacrifício na Cruz.
A Bíblia diz que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira os pecados do Mundo. Ele tomou o lugar do animal, do cordeiro sem mácula, e é oferecido na Cruz como um sacrifício Eterno, de uma vez por todas que não precisa ser renovado todo ano. Pois Jesus é o cordeiro perfeito, infinitamente superior ao cordeiro animal oferecido no templo.
Jesus, o Cordeiro Perfeito, é também o Sumo Sacerdote Eterno ( Cf. Hebreus 7:26-8:2), e é enquanto o Sacerdote Eterno da Ordem de Melquisedeque, na Seia do Senhor, na Pescha ou Páscoa judia, Ele oferece Pão e Vinho. Jesus antecipa aquilo o que se passaria na Sexta-feira Santa, e declara:
Tomai, comei, isto é o meu corpo. Mateus 26:26 … E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. Mateus 26:27-28
Neste sentido Jesus transcende e suplanta a oferta prefigurada por Melquisedeque, que ofertou Pão e Vinho. Cristo oferta  Pão e Vinho consagrados em Seu Sangue e Sua Carne.

A Eucaristia – Santa Comunhão

Tal e qual os Israelitas consumiam a carne do Cordeiro no Antigo Testamento, para os judeus – altamente familiarizados com os rituais e celebrações de sua religião – fica claro o que Jesus, o Cordeiro de Deus, quis dizer em João 6:
E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. João 6:35 … Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. João 6:54-56
Paulo e seus discípulos entenderam isso muito bem, pois para  eles essa não era uma ideia alienígena à sua tradição. O problema é que quando Jesus antecipou essa noção em João 6, sua mensagem foi rejeitada:
Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?… Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele.João 6:66
Porém, ainda na Seia do Senhor, ordenou os Seus Apóstolos tornando-os também sacerdotes. Isso foi importante porque, tal e qual prefigurado no Antigo Testamento, somente um sacerdote legítimo podia consagrar uma oferta e oferecer sacrifício a Deus. Desse modo, Jesus pôde então instruir a Seus discípulos: “Fazei isso em memória de mim”.
O entendimento desse mistério talvez não tenha sido imediato à todos, e foi revelado seguramente pelo Espirito Santo aos Santos Apóstolos depois da Ressurreição do Senhor. Contudo, já na era apostólica – bem como nos primeiros séculos do cristianismo, como comprovam os escritos dos Padres da Igreja – o  memorial da Seia do Senhor não era visto apenas como um símbolo, uma representação, mas a perpetuação do sacrifício consumado de uma vez por toda na Cruz.  A fração do Pão tem sido celebrada no Cristianismo desde o princípio da fé cristã.
Assim, S. Paulo diz ao Coríntios:
Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão. Vede a Israel segundo a carne; os que comem os sacrifícios não são porventura participantes do altar? 1 Coríntios 10:16-18
Notemos que São Paulo se refere ao cálice abençoado para a celebração da Fração do Pão – ou a Seia do Senhor – não de vinho, mas do sangue de Cristo. Do mesmo modo fala do corpo de Cristo. Pois era esse o entendimento apostólico, até hoje ensinado pela Igreja Católica.
A fração do Pão era e continua a ser, portanto, uma parte importantíssima da vida do Cristão de tradição apostólica da qual a Igreja Católica é embaixadora. Infelizmente, esse entendimento perdeu-se no  protestantismo e hoje há uma gama de argumentos contrários à crença dos apóstolos e dos cristãos primitivos.
 
Fonte Eletrônica;
 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Sobre o Círio


O que seria dos protestantes sem a Igreja Católica?



Ritual de Investidura de um Cavaleiro - Séc. XII

Por Conde Loppeux de la Villanueva

Alguns evangélicos detestaram minhas explanações em um artigo que publiquei sobre os “pecados” históricos e teológicos do protestantismo . Meu amigo Julio Severo, blogueiro de confissão protestante e militante cristão pró-vida, postou uma resposta em sua página, que é cheia de equívocos históricos. Na verdade, suas declarações apenas revelaram aquilo que critiquei no imaginário protestante. A ideia errônea de uma Igreja Católica irremediavelmente corrupta e de uma “Reforma” moralizadora e salvadora da Cristandade. Até o dado momento, não vi nenhuma refutação realmente convincente.
O protestantismo do século XVI ameaçou destruir todas as bases culturais e históricas do Catolicismo na Europa. Em nome dos erros da Sola Scriptura e de outras idiossincrasias teológicas, queria apagar da memória cerca de quase mil e quinhentos anos de Cristianismo. Ou, na melhor das hipóteses, reescrever essa tradição e essa história conforme as conveniências de cada seita ou grupo político apologista do cisma reformado. De fato, esse apagão cultural ocorreu dentro da cultura protestante. Monarcas como Henrique VIII saquearam os mosteiros e templos católicos, expulsando ou executando monges e padres e obrigando toda a uma população a aderir à sua nascente igreja particular. Na Alemanha foi até pior. Igrejas foram queimadas, obras de arte foram destruídas e os católicos foram obrigados à conversão forçada ou assassinados. A Alemanha foi um verdadeiro palco de guerra civil e religiosa.
Até aqui falei de história. De fatos. Como católico, naturalmente que sempre me chamou a atenção essa lendária calúnia contra a Igreja Católica. O peso histórico dessas calúnias foi tão estrondoso que fez até o Papa João Paulo II declarar um mea-culpa inconveniente, já que o fez baseado em uma perspectiva enviesada. O Santo Padre pediu desculpas por boa fé. Porém, suas declarações acabam por legitimar meias verdades históricas. Os católicos da atualidade são bombardeados por um nível tal de estigma social, que ficam simplesmente desarmados e sem resposta, por ignorância.
Voltemos aos protestantes. Obviamente que a Igreja do século XVI não era exemplar. Estava acometida pelas corruptas famílias nobres da Itália e também era alvo de disputas pelos poderes seculares da Europa. A depravação do clero era algo que não poderia ser ignorado. Contudo, o problema central é vender a ideia de que o protestantismo significava uma oposição a isso. Eis a questão. O protestantismo representou a mais completa rebelião do poder secular contra o poder espiritual. Na verdade, a Reforma não foi uma mera consequência da corrupção da Igreja Católica. A rebelião protestante é parte e consequência dessa corrupção. A decadência do clero católico apenas serviu de pretexto.
Muitos ficaram ofendidos quando associei o protestantismo ao catarismo, heresia gnóstica do século XII, em Albi, na França e demais regiões da Itália e no norte da Espanha. Pois bem, se atentarmos aos anabatistas e aos rebeldes fanáticos luteranos de Thomas Müntzer ou mesmo da tirania religiosa de Münster, houve aberrações horripilantes de seitas milenaristas que pregavam a destruição da ordem vigente e a instituição de utopias sociais. Em muitos aspectos lembram as utopias totalitárias do século XX.
Friedrich Engels escreveu um artigo sobre a Reforma, onde fazia a objeção dialética entre Lutero e Müntzer. O primeiro, embora rebelado contra Roma, representava a situação encabeçada pelos príncipes protestantes alemães. Müntzer seria uma espécie de “teólogo da libertação” ou da “Missão Integral” do século XVI. Pregava a abolição da propriedade, a rejeição á autoridade e o estabelecimento de um regime comunista de bens. Insuflou uma violenta rebelião camponesa, que foi esmagada com incrível crueldade.
Entretanto, há um erro na análise de Engels, preso aos esquemas mentais do materialismo histórico. Lutero também era revolucionário. A diferença é que não era totalmente um utopista. Há quem diga que o monge agostiniano foi o pai do nacionalismo alemão. De fato, ele significou a ruptura da ordem internacional cristã da Idade Média, para o surgimento dos Estados nacionais e do absolutismo monárquico. Naturalmente que Lutero não foi o único gerador do processo. Outros fatos coexistiram com ele. Todavia, sua doutrina política deu força suficiente para que os príncipes rebeldes da Europa usassem as armas teológicas contra a Igreja Católica.
Pensemos aqui numa outra hipótese: se o protestantismo conquistasse toda a Europa, incluso Portugal, Itália e Espanha e destruísse a fé católica, qual seria o futuro do Cristianismo? Com certeza o prejuízo seria terrível. A história cristã tradicional seria apagada para se impor uma nova e fictícia ordem religiosa, embasada em erros históricos e teológicos.
Qualquer igreja ou seita evangélica ou “reformada” praticamente reescreveu toda a história do mundo antigo e medieval, em particular, sobre as origens da Igreja cristã, riscando o legado católico do mapa. Embora as historietas sobre uma suposta “Idade das Trevas” tenha surgido na prepotência do humanismo renascentista europeu, a militância protestante absorveu profundamente esse mito e a entronizou na sua propaganda anticatólica. A tônica central da historiografia protestante já se tornou um padrão de pensamento: havia uma idealizada “Igreja primitiva” que guardava as Escrituras como se fosse uma espécie de código penal. Essa “igreja” foi corrompida quando o Imperador Constantino “criou” a Igreja Católica e destruiu a espiritualidade dos primeiros cristãos. E do final do Império Romano até a Reforma, a Igreja viveu seu período de trevas, paganismo, corrupção e tirania dos papas e do clero romano, “escondendo” a Bíblia do povo e contrapondo sua “tradição” humana às Escrituras. Lutero e Calvino vieram “salvar” a igreja verdadeira do engodo romano buscando a “palavra de Deus”. Qual católico ignorante não se converteria ao protestantismo depois dessa ladainha? A [hilária] historiografia apologética protestante encontrada em qualquer livro parte uma teologia errônea para sustentar uma falsa história.
Uma das mais significativas lendas negras da historiografia protestante é basicamente sobre a Inquisição. Criou-se toda uma sorte de desinformações a respeito dessa instituição abominada pela posteridade. A lenda nasce, em parte, por conta das guerras entre a Espanha católica e as nações “reformadas” da Holanda e Inglaterra. A Espanha era o país mais poderoso, rico e culturalmente sofisticado da Europa. Era um gigantesco império, que envolvia a América do Sul, central e do norte, parte da Itália, parte da atual Bélgica e Holanda, além de algumas regiões da Alemanha. E um verdadeiro bastião militar da fé católica da Contra-Reforma. Se os protestantes não conseguiam derrotar os tércios e as armadas dos Áustrias espanhóis, ou seja, Carlos V e Felipe II, eles seriam derrotados pela propaganda. Dito e feito.
Os supostos horrores atribuídos à inquisição, com suas torturas abomináveis e sadismo dos inquisidores, são mitos cada vez mais desmistificados por historiadores sérios. Na verdade, a inquisição foi a primeira instituição europeia a limitar o uso da tortura para fins de confissão. Recordemos que a tortura era um método comum do tribunal criminal secular. Segundo estudiosos como Henry Kamen, a tortura era raramente empregada e havia restrições para seu uso.
Vende-se a ideia comum de que a Inquisição Espanhola foi uma instituição que impunha o terror e o medo generalizados nas populações católicas e também protestantes e esterilizou a cultura ibérica. Nada mais falso. A sociedade espanhola aceitava a inquisição como instituição legítima e defensora da ortodoxia. Recordemos que o ápice da Inquisição espanhola foi também o auge da cultura espanhola, o Siglo de Oro, onde uma penca de escritores, moralistas, teólogos, juristas, místicos, poetas e músicos brilhou por todo o século de Felipe II.
A inquisição espanhola não era feita de fanáticos ensandecidos por sadismo e violência. Era formada por homens eruditos e juristas de Salamanca, gente educada e letrada. No inicio do século XVI, cardeais inquisidores como Ximenes eram humanistas e admiradores de livros como os de Erasmo de Roterdã. Até Torquemada, um dos mais duros inquisidores, embora não o pior, era um homem de letras.
Foi a inquisição espanhola, contrariando toda uma tendência histérica e delirante do direito criminal europeu, que decretou, no início do século XVII, a inexistência do crime de bruxaria. Para o Consejo de la General y Suprema Inquisición, órgão maior da instituição em Madrid, a bruxaria não passava de superstição, difícil de ser comprovada, estimulada por pessoas loucas ou problemáticas. A lógica inquisitorial era muito simples: como juristas, queriam provas. Como não havia provas, não haveria também como afirmá-las de sua existência. Ademais, é comum brandir o espantalho contra a bruxaria, ao citar o Malleus Maleficarum dos dominicanos Kraemer e Sprenger ou o Manual da Inquisição, de Nicolaus Eymerich. Contudo, a inquisição espanhola rejeitou esses livros e, inclusive, proibiu-os.
Esse é um dado importante, pois a historiografia protestante finge ignorar a existência de sua própria inquisição. A caça às bruxas no século XVII foi um fenômeno mais protestante do que católico. Milhares de mulheres “bruxas” foram queimadas na Alemanha, Suíça, Inglaterra, Suécia, Dinamarca e demais países “reformados”. Até hoje há seitas protestantes que vêem bruxas pra tudo quanto é lado.
Outra grande lenda que leio no blog de Julio Severo é a de que a inquisição matou milhares de pessoas em toda a Europa. Nem todos os países católicos tinham uma “inquisição”. Com exceção de Portugal, Espanha e algumas regiões da Itália, os procedimentos para os crimes de heresia pertenciam ao poder secular. Quanto mais se aprofunda a pesquisa sobre o assunto, descobre-se que o número de pessoas entregues ao braço secular pelo sistema inquisitorial foi ínfimo. Em Portugal, ao menos, segundo Anita Nowinski, foram cerca de 1700 pessoas em dois séculos, embora esses números sejam francamente exagerados. Na Espanha, acreditava-se que o máximo seria de 10000 a 20000 pessoas em quatro séculos. Hoje, há dados que diminuem ainda mais esses números. De acordo com o historiador Agostino Borromeo, junto com o Simpósio Internacional sobre a Inquisição, realizado no Vaticano, em 1998, de 1540 a 1700, apenas 800 pessoas foram entregues ao braço secular. Numa ordem de 44 mil processos, apenas 2% dos acusados foram executados. As mortes atribuídas à inquisição em séculos são menores do que uma tarde de verão de qualquer ditadura do século XX. São menores, inclusive, do que as perseguições praticadas pelos próprios protestantes.
É necessário observar um mero detalhe: o mal daqueles que criticam a Inquisição é o de falhar pelo contexto histórico. Os valores religiosos tinham uma importância crucial, tanto nas sociedades católicas, como nas protestantes. A heresia, como a dissidência religiosa, era considerada uma grave ameaça à ordem social. O conceito de “liberdade religiosa” era completamente estranho ao homem europeu do século XVI. Nem Lutero e Calvino pregavam essa ideia. O “livre exame” era “livre” dentro dos preceitos protestantes. Cada religião tinha sua forma de manutenção da ordem social. Era um fator de unidade e de identidade e de preservação da ordem.
Julio Severo fala da perseguição da Inquisição aos judeus como se fosse uma realidade, quando na prática, ficou restrita a um caso particular em Portugal e Espanha. Cabe acrescentar que a inquisição não tinha jurisdição sobre os judeus. Nos Estados papais italianos havia uma comunidade judaica onde os judeus poderiam viver sua religião sem serem incomodados. Na República de Veneza era a mesma coisa. E por quê? Pelo simples fato de que a Inquisição só julgava pessoas batizadas no catolicismo. Os judeus espanhóis e portugueses julgados pela Inquisição tinham batismo católico e eram considerados como tais. O batismo implicava a aceitação das regras, valores e preceitos religiosos da comunidade católica. Era a partir dessas leis que os heréticos ou apóstatas eram inquiridos pelo tribunal eclesiástico.
Julio Severo também diz que a punição contra a dissidência religiosa é algo que contraria o Evangelho. De fato, no Evangelho não há prescrições impositivas contra dissidentes religiosos. Todavia, no Antigo Testamento, o que não faltam são prescrições contra blasfêmias ou práticas pagãs entre os judeus, cuja pena era a morte. Aliás, recordemos que os judeus da Diáspora viviam essas regras severas. Na “tolerante” Holanda protestante do século XVII, a comunidade judaica excomungou Uriel da Costa e Baruch de Spinoza, acusados de ateísmo. Os argumentos protestantes para queimar bruxar na Europa também se embasavam na interpretação literal do Antigo Testamento.
É verdade que a Inquisição católica cometeu muitas injustiças. Todavia, os “heterodoxos”, nas palavras do historiador espanhol Menéndez y Pelayo, não eram totalmente sacrossantos. Muitas heresias catalogadas na Espanha do século XVI, XVII e XVIII eram manifestações de loucuras coletivas que seriam punidas por qualquer sistema penal vigente. A onda de “dejados”, “alumbrados” outros tipos lunáticos que insuflavam uma massa fanatizada pelas palavras do louco herético, causava uma comoção social e uma desordem tal, que poderiam romper os laços de paz social. A extrema ferocidade com que a Espanha combateu a heresia protestante evitou que o país entrasse no campo da guerra civil européia, por conta das dissidências religiosas.
Aliás, um fator interessante dos tribunais protestantes é a sua interpretação literal e sectária da Bíblia, tornando sociedades e reinos em verdadeiras tiranias teocráticas. Com exceção da Inglaterra e Holanda, a linha do legalismo bíblico ganhou ares sectários de lei. Genebra foi um exemplo clássico disso. Por essa razão é que os tribunais protestantes foram tão impiedosos. A carência de distinção entre o secular e o religioso tornava o Estado implacável. A inquisição católica parece branda perto das perseguições protestantes. E lembremos que essas perseguições não se limitavam aos católicos. Protestantes também perseguiam protestantes. Anglicanos, luteranos, puritanos, anabatistas e outros se matavam entre si.
Os Estados Unidos, tão idolatrados por Julio Severo, nasceram da perseguição religiosa protestante contra outra seita protestante. E neste ponto, o meu amigo evangélico sustenta outro mito, que já tinha identificado no texto anterior: a supremacia do protestantismo como sociedade política, em detrimento da sociedade católica. Ele cria uma fantasiosa relação de tolerância entre calvinistas holandeses no nordeste do Brasil no século XVII (...).
Se o mito da prosperidade soa bonito na propaganda protestante, o mesmo se fala dos holandeses, em detrimento dos portugueses. É bem verdade que Mauricio de Nassau era um homem pragmático e um grande político patrocinador das artes e da cultura. Todavia, esse reino de “tolerância” não escondia o radicalismo dos calvinistas holandeses, que odiavam profundamente os católicos ibéricos, inclusos os brasileiros. A coexistência pacífica, aparentemente realista, não escamoteava o desprezo mútuo entre calvinistas, católicos e judeus. Ademais, Julio Severo faz uma confusão entre “liberdade religiosa” e “tolerância religiosa”. Os calvinistas holandeses poderiam tolerar a diferença religiosa, mas não a dissidência interna. Bastou que a Companhia das Índias Ocidentais pressionasse os senhores de engenho através de dívidas impagáveis, para que os católicos se reunissem em armas a expulsar os holandeses.
Ademais, Julio Severo se engana ao crer que a primeira tradução da Bíblia em português é do calvinista João Ferreira de Almeida. Talvez seja a mais famosa e aprofundada, mas a tradução da Bíblia para o português já existia desde o século XIII, na época do Rei Dom Dinis e dos monges do mosteiro de Alcobaça. A relativa desconfiança da Igreja com relação à tradução da Bíblia em vernáculo tinha menos a ver com elementos conspiratórios do que de evitar a disseminação de heresias e interpretações errôneas dos textos bíblicos.

Julio Severo interpreta erroneamente a história e acaba por idealizar algo irreal: “O Nordeste do Brasil muito perdeu por amor à Inquisição católica. Perdeu uma cultura de tolerância e respeito e ficou com uma cultura de trevas, inquisição e morte”.
A Inquisição Católica teve pouca relevância no Brasil. Julio Severo cria uma falsa associação entre Igreja e Inquisição, como se fossem elementos essenciais e institucionais. Há outro problema: por que os católicos ibéricos da América aceitariam se sujeitar a políticos protestantes visivelmente hostis à sua religião e que só acataram a tolerância por questões de puro pragmatismo? É preciso recordar os massacres praticados por holandeses contra os católicos no Brasil, em particular, os de Uriaçu e Cunhaú, em 1645. É preciso também recordar que os holandeses tomaram o nordeste através das armas. Eram inimigos de Portugal e da Igreja Católica.
Falou-se aqui em tolerância e prosperidade. Os países protestantes vendem a ideia de que são tolerantes em matéria de religião. É verdade que começaram a discutir sobre a “tolerância” no século XVII. Contudo, isso se deveu menos a uma mera liberalidade espiritual do que a uma solução civil e política para acabar com as matanças, guerras civis e hostilidades religiosas causadas por eles mesmos. A Inglaterra caiu numa guerra civil entre puritanos e anglicanos, entre o parlamento puritano e os anglicanos alinhados com o rei. A Alemanha foi o palco da guerra dos trinta anos. E a França, embora católica, caiu numa selvagem guerra civil no século XVI.
A discussão sobre a “tolerância”, embora mais antiga, ressurge deste contexto. Mas essa “tolerância” era também restrita. Na Inglaterra do século XVII, em particular, na Revolução Gloriosa, os protestantes se toleravam entre si, mas desprezavam os católicos e restringiam ao máximo suas liberdades civis e políticas. Na Irlanda, os ingleses tratavam os católicos como abaixo de animais. Alguém poderia afirmar que a aceitação de católicos nas instituições inglesas poderia ameaçar a volta do catolicismo como religião oficial. Mas a recíproca não era verdadeira nos países católicos com relação aos protestantes? Os protestantes também não queriam impor sua hegemonia e seu poder em detrimento dos católicos?
(...) Julio Severo omite outros dados: os rígidos valores protestantes, em particular, os calvinistas, criaram uma sociedade racista e discriminatória. Uma sociedade que discriminava católicos e outros tipos de povos considerados não-nórdicos ou não-protestantes. As toneladas de inverdades que a cultura protestante americana criou sobre a Igreja Católica são assustadoras. O nível de mentiras chega a ser patológico. São essas falsidades que se repetem à exaustão nas escolas dominicais de qualquer igreja protestante. O ódio a Igreja Católica é dos mais caros dogmas protestantes.
(...) Aliás, por que será que os protestantes estão escandalizados com minhas observações? Eles ganham espaço pelo mesmo imaginário faccioso que repetem dos católicos. O mito da Reforma protestante, o mito da inquisição, o mito do “atraso” católico, dentre outros, é pregado à exaustão como “verdades”, quando na prática são mistificações. Mistificações estas apenas confirmadas pelas palavras de meu querido amigo Julio Severo.
Eu fiz uma pergunta em meu texto onde respondi apenas superficialmente: o que seria dos protestantes sem os católicos? A negação radical da Tradição, dos legados da Igreja medieval e mesmo da teologia cristã durante séculos seria a castração do Cristianismo, a destruição de suas origens. Até as origens do Evangelho seriam apagadas.
Percebe-se que essa castração já nasce com a Sola Scriptura. Mas “sola scriptura” baseado em quê? Em que história? Aquela inventada pelos protestantes, que ora chamam a Santa Madre Igreja de “intolerante” e “corrupta”, ao mesmo tempo em que essa mesma Igreja caluniada guardou fiel e honestamente a Bíblia? Para ser protestante é preciso apagar a história. É preciso passar uma borracha na tradição. É preciso seguir uma opinião pessoal em desfavor de toda uma Tradição Apostólica que foi repassada diretamente de Jesus Cristo, para ser reduzida às tendências caprichosas dos luteranos, calvinistas, anabatistas e milhares e milhares, senão milhões de seitas que mal se entendem entre si e se julgam a “igreja de Jesus”. Nem os cristãos gregos, cujo cisma gerou a primeira ruptura da Igreja em 1054, conseguiram ser tão odiosos contra a Tradição.
Nós, católicos, representamos a preservação de um passado civilizacional que se quer destruir. Será que o protestantismo possui a força civilizacional da Igreja Católica? Será que os norte-americanos representam, atualmente, alguma força neste sentido? Acredito que não.
Se o protestantismo aceita o liberalismo teológico, por que não aceitaria outras formas de liberalismos? Não é curioso notar que o ateísmo cresce absurdamente nos países protestantes, justamente porque o protestantismo é a primeira etapa do secularismo? Na Europa, as igrejas reformadas aceitam casamentos e padres homossexuais, e admitem quaisquer tipos de aberrações morais em nome de certas conveniências politicamente corretas. A legalização do aborto é uma vitória de país protestante espalhado em países católicos. A apostasia é muito mais grave no protestantismo do que no catolicismo. A Igreja Católica pode ter padres, bispos e até papas ruins. Mas somos escravos de uma Tradição que não podemos mudar substancialmente. Essa Tradição, junto com a Sagrada Escritura e o Magistério, é a bussola do católico. A Igreja está nestes pilares.
Por que tanto ódio contra a Igreja Católica? Alguém tem dúvida de que se ela decair totalmente, a civilização ocidental vai junto para o ralo? A crise moral brasileira também é a crise moral do catolicismo. As seitas protestantes são capazes de compensar essa lacuna, por uma razão simples: o protestantismo é teologicamente fraco e suas bases culturais e religiosas são inconsistentes. A própria civilização europeia depende de suas origens católicas.
É por esse motivo que a Igreja Católica tem tantos detratores e inimigos. O ódio protestante pelo catolicismo é paradoxalmente o mesmo compartilhado por segmentos ateus, secularistas, iluministas, marxistas e outros. Eles podem ser aparentemente distintos nas idéias, mas possuem elementos em comum. A Igreja Católica representa a Tradição que teima em resistir. Ainda que o clero não saiba representá-la, ainda que até o papa cometa falhas, ainda que muitos católicos a ignorem, a sua sobrevivência perante os séculos deve ser uma Dádiva sobrenatural._____
Fonte:
Blog Conde Loppeux de la Villanueva, disponível em:
http://cavaleiroconde.blogspot.com.br/2013/10/o-que-seria-dos-protestantes-sem-igreja.html
Acesso 13/10/013

sábado, 12 de outubro de 2013

Como é bom ser criança

Por: Socorrinha Castro ( Florzinha )

Um mimo em versos aos meus anjinhos bebês crianças,com meu beijinho perfumado de carinho pelo seu dia!
12 de outubro, é o Dia da Criança!!!
Eu amo amar vocês!
***********************************

*** Como é bom ser Criança ... ***

...Ter uma família e um lar,
ser tratada com amor
e ir à escola estudar,
ter pessoas que me dêem valor
e amiguinhos para brincar!

Como é bom ser criança
e ter Deus no coração,
ver o mundo com esperança
e amar os meus irmãos,
crescer com fé e confiança
e a todos, estender minhas mãos!

Ser criança é tão gostoso!
E quando se é muito amada,
o mundo fica mais bonito
parecendo um conto de fadas,
e a vida da criança,
se torna uma aquarela encantada!

É tão bom ser criança
e poder ser feliz de verdade,
ter uma alma inocente
e um coração,sem maldade!

Acordada ou dormindo,
poder ficar a sonhar,
com todas as crianças sorrindo
terem pão e terem um lar,
o pão, pra não sentirem fome
e um lar, para se abrigar!

Florzinha


http://www.paralerepensar.com.br/socorrinhacastro

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Evangélicos terão fundo de pensão bilionário com dinheiro de 170 mil fiéis

Meta é arrecadar R$ 1,1 bilhão ao longo de seis anos e atrair participantes de todas as faixas salariais, com aportes mensais a partir de R$ 50

 
Divulgação
Rodarte: meta é atrair todas as faixas salariais
Evangélicos de diferentes denominações terão, em breve, um fundo de pensão só para eles. A ideia é atrair 170 mil segurados de todas as faixas salariais, desde que tenham algum vínculo com a religião. Batizado de BemPrev, o produto deve passar a funcionar no início de 2014.
“Nossa meta é acumular um patrimônio de R$ 10 milhões no primeiro ano e evoluir para R$ 1,1 bilhão ao longo de seis anos”, explica João Rodarte, diretor-presidente da Rodarte Nogueira, empresa responsável pelo desenvolvimento técnico do fundo.
Se a previsão de Rodarte se confirmar, o BemPrev poderá ser o maior fundo de pensão do País em número de participantes ativos. Atualmente, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) divulgados em junho, o fundo com maior número de participantes ativos é o Postalis (dos funcionários dos Correios), com 112.275 pessoas. Em seguida vem a Previ (ligado aos funcionários do Banco do Brasil), o maior do País em recursos administrados e o segundo em participantes ativos, com 101.531 associados.
A partir de R$ 50 por mês, qualquer fiel ou pastor ligado à igreja poderá planejar sua aposentadoria por meio do plano de previdência complementar fechado, que cobrará taxa de administração de 1% sobre o patrimônio acumulado, e será isento de custo de carregamento.
“Queremos estender o plano ao trabalhador de baixa renda, e não apenas os que recebem acima do teto, como ocorre em outros produtos de previdência fechada”, afirma Rodarte.
A meta de reunir 170 mil participantes soa ousada. Mas o número corresponde a apenas 0,4% do total de evangélicos no País – que somava 42,3 milhões de pessoas, ou 22,2% da população, segundo o ultimo Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2010. O IBGE registrou um aumento de 61% no número de evangélicos entre 2000 e 2010.
Criado pela Ordem dos Ministros Evangélicos no Brasil e no Exterior, o fundo ainda está em fase de captação de parceiros e aguarda autorização da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), vinculada ao Ministério da Previdência, para começar a operar. A autarquia tem 35 dias para avaliar a documentação apresentada pelos gestores na última sexta-feira (4). Nesse período, a Previc poderá pedir informações e modificações a BemPrev e terá outros 35 dias para dar a palavra final. A previsão é que a aprovação ocorra até janeiro, que a operação comece em março de 2014 e encerre seu primeiro ano com 12 mil associados.
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O produto contará com três parcerias estratégicas: banco de varejo, responsável pela arrecadação e cobrança dos aportes; seguradora, que canalizará os benefícios de invalidez e morte aos segurados; bancos de investimentos, que farão a gestão dos recursos.
Os interessados deverão ser filiados à Ordem dos Ministros ou a uma entidade que congrega a comunidade evangélica, mas não será preciso comprovar o vínculo, segundo Rodarte. “A princípio, partiremos da premissa de que a pessoa está usando de boa fé”, finaliza.
A previsão é que nos próximos meses uma equipe de 2 mil vendedores comece a procurar interessados no fundo de pensão em igrejas evangélicas de todo o País.
 
Fonte Eletrônica;
 

Em Éfeso, na Turquia, casa da Virgem Maria e ruínas emocionam visitantes

Todos os anos cerca de dois milhões de fiéis sobem o Bülbül Dagi (Monte Rouxinol, em turco) para conhecer aquela que teria sido a última residência de Maria, mãe de Jesus, levada lá por São João alguns anos depois da crucificação. A casa simples de pedra é cercada de verde e tranquilidade, e não são poucos que afirmam ser arrebatados por forte emoção ao entrar na singela moradia.
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Conheça as atrações de Éfeso, na Turquia39 fotos

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Simples, de pedra e escondida no alto de uma colina. Os indícios apontam que esta foi a casa em que Maria passou os últimos anos, levada por São João após a crucificação de Jesus Divulgação/Tursab.org
Apesar de não haver confirmações irrefutáveis, todos os indícios levam a crer que ela teria passado seus últimos anos lá. Afinal, no começo do Cristianismo as igrejas só eram construídas onde havia mártires ou santos, e sempre no nome deles. E em Éfeso ficava a única igreja atribuída a Maria, que ainda hoje pode ser visitada. Os arqueólogos também já comprovaram a data da construção.
Reafirmando as suspeitas, vários papas visitaram a casa e deixaram lembranças que estão expostas nas paredes, como Paulo VI, que esteve lá em 1967; João Paulo II, em 1979 e Bento 16 em 2006.
Na entrada da habitação de dois pequenos cômodos há um altar e velas para que os visitantes, visivelmente emocionados, façam suas orações e as depositem acessas ao lado de fora.
Ao sair, um pouco abaixo da casa ficam as fontes de água, e muitos acreditam que ela tenha propriedades curativas e relatam milagres. Os turistas, claro, aproveitam para encher várias garrafinhas como lembrança. Ao lado, um muro onde amarram pedidos e agradecimentos à Virgem.
A casa está localizada há 9 quilômetros de Éfeso, as ruínas mais importantes da Turquia, um grandioso centro da antiguidade cuja bela história tem início muitos séculos antes de Cristo. Ali chegaram a viver mais de 400 mil pessoas, sendo a cidade mais importante depois de Roma durante o Império Romano.
O fato é que por ali passaram diversas civilizações, cada uma deixando uma parte de sua história.
Importância histórica
Com uma história extensa que remonta a mais de 3.000 anos antes de Cristo, não é de se estranhar que Éfeso tenha sido a morada de tantos povos diferentes. Foi libertada dos persas por Alexandre, o Grande, passou pelo domínio egípcio e por fim aos romanos (em 133 a.C). Como possuía um dos portos mais importantes, a cidade enriqueceu e se transformou na capital da Ásia menor – e a segunda em tamanho e importância, perdendo apenas de Roma.
No período Bizantino (395–1071) continuou a ser a cidade mais importante, ainda que em 614 fosse quase toda destruída por um terremoto. O famoso e importante porto foi assoreando e as pessoas começaram a deixar a cidade. Então começaram as disputas entre árabes, turcos seljúcidas (uma tribo nômade) e bizantinos. Após o período turbulento, a região foi incorporada ao Império Otomano em 1425.
Vale lembrar ainda que Éfeso tinha uma das sete igrejas listadas no Apocalipse, junto a Esmirna, Pérgamo, Sardes, Tiatira, Filadélfia e Laodiceia e uma das sete maravilhas do mundo antigo, o esplendoroso Templo de Ártemis.
  • Divulgação Caminhando pela cidade aos poucos vai se revelando o dia-a-dia da população. São locais de banho, ginásio, teatros, casas, biblioteca, templos dos imperadores e igrejas
Circulando
Éfeso passou por restaurações e está bem conservada. Quase todas as atrações estão ao longo de duas avenida, a Curetes e a Mármore - esta última recoberta de mármore e cercada de colunas.
Caminhando pela cidade aos poucos vai se revelando o dia-a-dia da população. São locais de banho, ginásio, teatros, casas, biblioteca, templos dos imperadores, igrejas, bordel, latrina, portões, ágora comercial e um dos mais avançados aquedutos para suprir diferentes áreas. Conheça algumas das obras mais importantes de Éfeso e arredores:
Biblioteca de Celso
A obra de fachada monumental fica no cruzamento das avenidas Curetes e Mármore, representando um período de esplendor. Teve a construção finalizada por volta do ano 110 e foi feita em memória de um governador do Império Romano - Tiberius Julius Celsus Polemaeanus – que está enterrado lá. Estima-se que tenha guardado cerca de 12 mil pergaminhos. A entrada tem três grandes portões e quatro estátuas de deusas – réplicas, pois as originais estão na Áustria.
Grande Teatro
Seguindo pela Avenida Mármore a partir da biblioteca chega-se ao grande teatro, cuja estrutura mais antiga é do século 3 a.C. Abaixo da avenida há uma tubulação de água, mostrando os avanços de engenharia da época.
O teatro tem capacidade para 25 mil espectadores e era usado inicialmente para peças. Depois foi a arena dos combates de gladiadores, sendo também um dos maiores cemitérios desses lutadores que se tem notícia.
Casas da encosta
Mesmo dentro de Éfeso é preciso pagar um bilhete à parte para visitar as duas casas restauradas. Elas eram as residências de ricos, ornadas com lindos mosaicos, pinturas e banhos privados. Ficam em frente ao templo de Adriano, ou seja, um lugar bastante nobre da cidade. Contavam com cisternas, poços e duas fontes para abastecimento. O que mais chama a atenção é a decoração – quase todas as paredes são ornadas com belos afrescos e representações mitológicas.
Basílica de São João
Fica em Selçuk, há 3 km de Éfeso. Foi construída sob o governo do imperador Justiniano I sobre o suposto túmulo do apóstolo. Após a morte de São Paulo, São João foi o responsável pela igreja de Éfeso.
Templo de Artemis
De uma das sete maravilhas do mundo antigo restou apenas uma coluna intacta. A ruína também fica em Selçuk e foi descoberta em 1869 durante escavações. O templo foi reconstruído pelo menos sete vezes ao longo da história. A primeira versão é do século 9 a.C, bem pequena e feita de pedra. Aos poucos, foi ficando maior e ganhou as colunas de mármore, totalizando mais de 100. Em 356 a.C foi incendiado por um morador, e os outros habitantes resolveram fazer um templo ainda maior e mais esplendoroso.
 
Fonte Eletrônica;