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sexta-feira, 29 de abril de 2011

As 25 maiores denominações religiosas dos Estados Unidos.

1. A Igreja Católica, 68.503.456 membros.

2. Convenção Batista do Sul, 16.160.088 membros.

3. A Igreja Metodista Unida, 7.774.931 membros.

4. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias(Mórmons), 6.058.907 membros.

5. A Igreja de Deus em Cristo, 5.499.875 membros.

6. Convenção Batista Nacional,5.000.000 membros.

7. Igreja Evangélica Luterana na América, 4.542.868 membros.

8. Convenção Batista Nacional da América,3.500.000 membros.

9. Assembléias de Deus, 2.914.669 membros.

10. Igreja Presbiteriana (EUA), 2.770.730 membros.

11. Igreja Metodista Episcopal Africana, 2.500,000 mil membros.

12. Convenção Batista Nacional Missionária da América, 2.500.000 membros.

13.A Igreja Luterana - Sínodo de Missouri (LCMS), 2.312.111 membros.

14. A Igreja Episcopal, 2.006.343 membros.

15. Igrejas de Cristo, 1.639.495 membros.

16. Arquidiocese Ortodoxa Grega da América, 1.500.000 membros.

17. Assembléias Pentecostais do Mundo., 1.500.000 membros.

18. Metodista Episcopal Africana, Igreja de Sião, 1.400.000 membros.

19. Igrejas Baptistas Americanas , 1.310.505 membros.

20. Testemunhas de Jeová, 1.162.686 membros.

21. Igreja Unida de Cristo, 1.080.199 membros.

22. Igreja de Deus (Cleveland, Tennessee ), 1.076.254 membros..

23.. Igrejas Cristãs e Igrejas de Cristo, 1.071.616 membros.

24. Adventista do Sétimo Dia Igreja, 1.043.606 membros.

25. Convenção Batista Nacional Progressista,1.010.000 membros.(em parte devido a uma nova metodologia de contagem de membros).

Relatório do Yearbook of American & Canadian Churches 2011

Fonte: www.christianpost.com


Obs: A maioria das Convenções Batistas dos EUA fazem parte da Baptist World Alliance (Aliança Batista Mundial) que reúne mais de 100 milhões de Batistas de todo o mundo.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Explicação da paróbola do Rico e Lázaro

D. Estevão Bettencourt, OSB .

Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino e que fazia diariamente brilhantes festins. Um pobre chamado Lázaro jazia coberto de úlceras no pórtico de sua casa. Ele bem quisera saciar-se do que caía da mesa do rico, mas eram antes os cães que vinham lamber suas úlceras.

O pobre morreu e foi levado pelos anjos para um lugar de honra junto de Abraão. O rico morreu também e foi enterrado. Na morada dos mortos, em meio às torturas, ergueu os olhos e viu de longe Abraão com Lázaro a seu lado. Ele exclamou: "Abraão, meu pai, tem compaixão de mim e manda que Lázaro venha molhar a ponta do dedo na água para me refrescar a língua, pois eu sofro um suplício nestas chamas".

Abraão lhe disse: "Meu filho, lembra-te de que recebeste tua felicidade durante a vida, como Lázaro, a infelicidade. E agora, ele encontra aqui a consolação, e tu, o sofrimento. Além disso, entre vós e nós foi estabelecido um grande abismo, para que os que quisessem passar daqui para vós não o possam e que também de lá não se atravesse até nós".

O rico disse: "Eu te rogo, então, pai, que envies Lázaro à casa de meu pai, pois eu tenho cinco irmãos. Que ele os advirta para que não venham, também eles, para este lugar de tortura". Abraão lhe disse: "Eles têm Moisés e os profetas, que os ouçam". O outro replicou: "Não, meu pai Abraão, mas se alguém dentre os mortos for a eles, se converterão". Abraão lhe disse: "Se eles não escutam Moisés nem os profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não ficarão convencidos". (Lc 16,19-31)

1.Esta parábola não visa tratar sobre caridade e falta de caridade. Não diz que o rico negava esmolas a Lázaro. Talvez até ignorasse a presença dele junto de sua casa, fechado como estava em seu bem-estar, que não lhe permitia perceber problemas alheios.

Jesus quer chamar a atenção não para a necessidade de amar-mos o próximo (bê-a-bá cristão), mas para a importância das situações (dos quadros da vida). Uma situação de afago e prazeres pode embotar a mente, tornando-a insensível a valores superiores. Pode tirar a fome da vida eterna, se já se julga satisfeito com seus bens. Ao contrário, uma situação de penúria entretém a fome e a sede de algo maior.

A riqueza honesta não é má nem condenável, assim como a pobreza não é garantia de salvação. Mas ambas suscitam atitudes éticas que podem facilitar ou dificultar a procura de Deus. É para isto que Jesus quer despertar os cristãos nesta parábola.

Esta lição se baseia num precedente bíblico: Quando Ciro deu liberdade aos judeus para saírem da Babilônia, onde viviam exilados, e regressarem à Judéia, os que haviam conseguido certo bem-estar na Babilônia não tiveram coragem de deixar tudo para recomeçar a vida na Terra Santa. A situação cômoda em que se achavam diminuía seu zelo pelas instituições sagradas de Israel. Assim, quem voltou do exílio para a Judéia foram os pobres, ou "o resto de Israel", como diziam os profetas. Por não terem ilusões suscitadas pelos afagos terrestres, guardavam mais nítida a escala dos valores e tiveram o coração livre para atender ao chamado de Deus, que lhes pedia a reconstrução de Jerusalém.

Jesus chama os pobres, os que tem fome, sede e choram de bem-aventurados, não por causa da pobreza como tal, mas por causa da atitude ética (ou da fé ou do amor) que essa pobreza preserva ou suscita. E chama os ricos de infelizes (Lc 6,24-26), não por causa da riqueza como tal, mas porque a riqueza pode fazer murchar a fé e o senso do Transcendental.

Em outras palavras: o rico morreu sem fome física nem espiritual: nada mais espera na outra vida, satisfeito que estava em seu bem-estar. Lázaro que teve fome física e doenças, tinha fome de uma realidade melhor do que a vida terrestre. No além a fome material e espiritual de Lázaro era saciada, ao passo que no rico, ela não existia.

Alguém pode ser rico e ter um coração de pobre, cultivando o desapego, a humildade, a caridade, como alguém pode ser pobre, mas ter um coração de rico, sem caridade nem humildade. Lázaro, pobre na terra, e Abraão, rico na terra, tiveram a mesma sorte final, porque ambos, em circunstâncias diferentes, tiveram o mesmo amor a Deus e o mesmo desprendimento dos bens terrenos.


2.Jesus não costumava dar nomes aos personagens de suas parábolas. Neste caso, talvez o tenha feito visando a futura ressurreição de Lázaro (Jo 11,1-4). Com efeito, um Lázaro havia de ressuscitar para dar aos homens um testemunho e uma advertência.


3.A parábola nos lembra que é na terra que se decide a eternidade no Céu ou no Inferno. Não nos falta os meios cotidianos de santificação: As Escrituras e os Sacramentos. A fé descobre neles os sinais de Deus a respeito do sentido desta vida. O cristão não vive de milagres, mas dos meios ordinários de santificação. Muitos costumam dizer que, se Deus se fizesse mais sensível, seriam mais fervorosos. Pura ilusão. Quem não tem fé nos dons cotidianos de Deus, encontrará desculpas sutis para não reconhecer os milagres de Deus. Abraão responde ao rico que quem não tem o hábito da fé viva, rejeitará mesmo os sinais mais significativos. Na verdade, Lázaro, irmão de Marta e Maria, e o próprio Jesus haviam de ressuscitar dentre os mortos e aparecer aos judeus, mas nem assim estes se deixaram convencer.

4."Um grande abismo" que Abraão diz existir entre o Céu e o Inferno indica que é só na vida terrestre que podemos nos converter. A morte nos estabelece em nossa condição definitiva: Ou o Céu para sempre ou o Inferno para sempre.

5.Esta parábola nos leva a concluir que cada indivíduo, ao deixar este mundo, recebe uma sentença. Lázaro é levado ao "seio de Abraão" e o rico aos tormentos do inferno. Isto pressupõe uma sentença de Deus logo após a morte. E sentença definitiva, pois o mau não pode passar para o lugar do justo nem vice-versa. E ainda, sentença anterior ao Juízo Final, pois os irmãos do rico ainda vivem na terra. Temos aí a fundamentação Bíblica da doutrina do Juízo Particular.
6.A parábola evidencia também que a tese da reencarnação não é compatível com a fé cristã. Existe para cada homem uma só passagem pela terra. Esta verdade é também reforçada em Hb 9,27: "Os homens devem morrer 1 só vez. Depois segue o Julgamento." Vemos ainda que Deus não permite que os espíritos dos mortos se comuniquem com os vivos.

FONTE ELETRÔNICA:

http://www.veritatis.com.br/doutrina/a-palavra-de-deus/1080-explicacao-da-parobola-do-rico-e-lazaro

As maldições hereditárias e sua incompatibilidade com a Sã Doutrina

John Lennon J. da Silva .

Durante um programa na Rádio Catedral, o Pe. Dom Estevão Bettercourt, ao comentar e constatar como errônea a crença em certas “maldições” que eram passadas supostamente por herança sanguínea a cristãos; fato que tal crença encontrava-se largamente pregada na obra do inglês Robert Degrandis, chamada “Cura de Gerações” livro que durante o programa ocupou sua reflexão. Ele afirmou que “A cura entre gerações é algo imaginoso, fantasioso. A doutrina católica nunca professou essa hipótese”.

Hoje existem milhares de seitas que estão a pregar entre seus membros ou aos que aproximam-se de suas comunidades a “cura de gerações” geralmente chamada de “maldições hereditárias”, seus progenitores alegam que esta é uma doutrina cristã, na verdade não é como veremos ao longo do texto.

Esta crença e prática supersticiosa é basicamente oriunda das seitas neo-pentecostais, também designada como o evangelho da maldição ou quebra de maldições, maldições hereditárias, maldição de família e pecado de geração. No Brasil a crença tem origem com a “Igreja” Renascer em Cristo e também na seita de Edir Macedo.

Esta pseudo doutrina que é produto de um moderno misticismo supersticioso, é aparentemente conciliável com a concepção de “carma” ou “karma” no budismo oriental. Para entendermos o que representa esta “aberração doutrinaria” ela corresponde em síntese a:

Um mal invisível, cujo homem não vê, e que pode ter atingido ou atingir qualquer ser humano por intermédio do que eles denominam de “espíritos familiares”, transmitido durante séculos pela linhagem sanguínea e por influência destes mesmos “espíritos” que exercem algum “poder” ou “magia” - como alegam os progenitores desta pseudo doutrina -, com aflições espirituais e corporais sob os que a possuem, até que tal “maldição” seja quebrada através de libertações geralmente produzidas por pastores protestantes.

A expressão “espíritos familiares” que usei acima é utilizada arbitrariamente pelos pregadores de tal crença para justificá-la biblicamente, o termo é retirado de citações do Antigo Testamento, como (Levítico 19,31); na versão bíblica “King James” tradução produzida pela Igreja Anglicana.

Esta expressão é usada para designar “entidades”, “demônios” e “anjos decaídos” que exercem nos adivinhos a atividade da comunicação com os mortos e com os cristãos atuando na condução dos mesmos no âmbito de suas inclinações emocionais, sentimentais, carnais e físicas ao pecado. A palavra “familiares” no plural é utilizada para complementar a denominação destes “espíritos” pelo fato destes, como alegam os pregadores desta crença, terem forte influência e pendurarem em gerações de famílias humanas com seus planos nefastos.

É completamente descabida esta argumentação, a versão “King James” inglesa da Bíblia, não é uma das melhores traduções bíblicas como seguram muitos cristãos, é oriunda de exegetas e tradutores protestantes, alguns deles puritanos. A grande tradução das Escrituras produzida por São Jerônimo nos séculos IV e V, que chamamos de Vulgata Latina, ocupou a reflexão da Igreja por séculos e os textos latinos nada mencionam o termo “espíritos familiares” assim como as versões católicas recentes não aludem. Esta versão é uma clara iniciativa da exegese que se desenvolveu na Inglaterra em contraposição à “Vulgata” católica e também a exegese católica.

Assim forjar textos e procurar traduções cômodas para justificar conceitos e “doutrinas” não traduz princípios básicos de hermenêutica é pura picaretagem moderna. O que foi guardado e transmitido à Igreja nos textos bíblicos antigos que São Jerônimo usou, além é claro da tradicional interpretação do Magistério sobre estes aspectos da teologia, não repercute nem induz qualquer afirmação da existência de “espíritos familiares” quando traduzido para língua latina e nem tampouco para a língua portuguesa.

Pode surgir a pergunta: as Sagradas Escrituras dão embasamento para afirmar que os cristãos podem estar de alguma forma sob o jugo de maldições ancestrais ou qualquer tipo de crença parecida?

A resposta é não. Isto nunca foi parte da pregação apostólica e nem encontra fundamento nos textos bíblicos. Os Padres da Igreja nunca mencionaram tal crença entre os cristãos no decorrer dos cinco primeiros séculos. Aliás os textos bíblicos refutam qualquer possibilidade de “gerações” levarem ou trazerem qualquer peso, mancha ou maldições ou ainda os pecados de seus pais. Vejamos o que diz o profeta Ezequiel:

“Contudo perguntais: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho fez justiça e juízo, guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso certamente viverá. A alma que pecar, essa morrerá. O filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele”. (Ez 18,19-20).

Há outros textos e citações (Dt 24,16: Jr 31,30: Ez 18, 2-4: Ex 18,4; 20, 5-6: Lv 19, 17) que fazem oposição a qualquer afirmação que alude a esta crença supersticiosa oriunda do neo-pentecostalismo. Não existe compatibilidade desta crendice protestante com a “Sã doutrina”. Boas considerações a respeito do pecado, o perdão de Deus, os sacramentos [exemplo o Sacramento do Batismo que regenera o ser humano e o torna filho de Deus, trazendo-o ao convívio com a graça de Deus, por libertar-nos do pecado original, pelo Batismo somos incorporados em Cristo e na sua única Igreja], julgamento particular e etc. acabam por aniquilar qualquer possibilidade de “maldição hereditária”.

“Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I Jo 1,9), ou seja, ele não leva em conta as “faltas dos pais sobre os filhos” como podemos ler acima. Como então estas supostas faltas ou maldições e até perseguições demoníacas poderiam ligar-se a gerações inteiras de pessoas, por conta de parentes de séculos atrás que erraram ou foram amaldiçoados? É absurdo, logicamente improvável, não existem brechas para invenções do tipo, ou melhor só existem nas cabeças de “víboras”, aludindo o termo que Cristo usou para designar os incautos, escribas e fariseus (Mt 23, 33; Lc 3,7). E "hipócritas", falsários do Evangelho (Mt 23, 27; Mt 23, 29; Mt 15, 7; Mc 7, 6; Lc 12, 56).

Não poso deixar de registrar que existem muitos indivíduos ligados a movimentos leigos, que estão de maneira pouco ortodoxa e muito medonha, introduzindo na Igreja Católica, algum tipo de prática ou exercício de libertação para o indivíduo - que segundo as diversas alegações - supostamente sujeito a tais “maldições hereditárias”. Fazem eles muito mal à Santa Igreja e aos seus membros, mas virá o dia em que os lobos disfarçados entre os eleitos serão repelidos do redil do Senhor.

FONTE ELETRÔNICA:

http://www.veritatis.com.br/apologetica/protestantismo/1074-maldicoes-hereditarias-sa-doutrina

O papel singular de Maria na economia da Salvação

Eduardo Moreira e John Lennon J. da Silva .Introdução

Muitos escritos apócrifos podem ser de grande valia, mas alguns também podem ser decepcionantes. Alguns apócrifos são gnósticos ou carregados de outras heresias e inverdades. Entretanto, vários outros apócrifos carregam consigo fatos verdadeiros e ainda outros que não podem ser confirmados. Dessa maneira, o Evangelho Secreto da Virgem Maria nos traz, uma imagem mariana que ajuda, ao menos em mínimas proporções, a entender o papel da Mãe de Deus na história da salvação, um papel singular que só poderia ter sido cumprido por ela.

É bom dizer antes de tudo que o “Evangelho Secreto da Virgem Maria” não é um texto divinamente inspirado e tampouco aceito como verdadeiro ou canônico. Sua autoria ainda é incerta, além de em muitos trechos existirem equívocos teológicos. Certamente ele é apenas uma composição literária dos primeiros séculos do cristianismo onde o autor tenta mostrar o mundo através dos olhos da Imaculada de maneira bastante ousada. Entretanto, o Evangelho Secreto da Virgem Maria já traz consigo a concepção da intercessão dos justos, mortos para este mundo, mas vivos para Cristo pelos vivos, confirmando assim que há o céu logo após a morte, há também a ideia de que Maria era de fato a graça em plenitude, e que Maria é pra sempre virgem, além da fervorosa narração relacionada a São José, lhe acompanhando nessa virgindade perpétua, temática defendida por vários teólogos modernos, a concepção imaculada de São José.

O escrito peca, entretanto, ao tentar de maneira ousada mostrar como era o olhar da Virgem Santíssima, bem como ao mostrar um Cristo que muitas vezes não sabia de sua divindade, além de cometer erros como não distinguir Maria Madalena de Maria irmã de Lázaro.

É claro que erros como esses já eram esperados, pois se trata de um texto apócrifo, e não de um texto inspirado, mas há um grande grau de elementos comuns entre esse texto e o Catolicismo. É comum observar a verdade mesmo em meio às heresias, e essas verdades nos dão luz, de como era o olhar para Maria entre os primeiros cristãos.

Essa introdução nos ajuda a ver que mesmo pessoas de crença duvidosa nos primeiros séculos do cristianismo já tinham um carinho especial pela Mãe de Deus, título que já aparece também nesse “evangelho” assim como aparece no Evangelho Segundo São Lucas (cf. Lc 1, 43).

Maria, graça plena, medianeira junto a Cristo

Maria é chamada pelo anjo Gabriel de “cheia da graça” (cf. Lc 1, 28). Esse termo designa Nossa Senhora como a graça em plenitude. É um vocativo grego de difícil tradução, um termo atemporal que exprime aquela que era, que é e que sempre será agraciada. Seria equivalente a dizer tecida na graça, coroada pela graça. Desse pequeno trecho tiramos em partes o dogma da Imaculada Conceição.

Nossa Senhora certamente, se era, é e sempre será graça em plenitude, nasceu coroada pela graça, sem a mancha do pecado original. Mas Nossa Senhora teve de ser salva por seu filho pelo sacrifício na cruz, que é atemporal. O Sacrifício não existiu apenas para os que viviam naquela época, mas sim para os que viveram antes, depois e durante a primeira vinda de Jesus. A Salvação é para todos, mais percebida por poucos a morte de Cristo foi um sacrifício infinito, pois foi o sacrifício do filho de Deus que é Deus com o Pai e com o Espírito este sacrifício foi eterno, pois o Deus trino que professamos é eterno.

Maria foi concebida sem o pecado original, isso é ensinado de forma implícita por São Lucas nesse pequeno trecho do Evangelho, São Lucas que é um mariólogo destacado e rico em detalhes quando em seu Evangelho registrou os eventos relacionados à Virgem. Maria é superior aos anjos, é a criatura mais perfeita que pode existir, pois nunca se observa um anjo maravilhado com um ser humano em toda a Sagrada Escritura a ponto de saudá-la com termo tão majestoso “Cheia de graça”. Entretanto o anjo ao ver Maria a saúda “graça em plenitude” [termo que corresponde de forma mais perfeita as palavras originais do evangelho] e ela, por sua humildade se perturba com semelhante saudação.

Os anjos como mensageiros de Deus levaram essa saudação à Maria, saudação essa que partiu do Altíssimo. Nunca em toda a Sagrada Escritura aconteceu episódio similar, apesar de vários anjos mensageiros terem sido enviados por Deus a homens sábios no Antigo Testamento, em nenhuma destas narrações um anjo reconhece a graça em um ser humano. Nossa Senhora não podia ter o pecado original, pois sendo esse pecado passado de pai para filho, se Nossa Senhora o tivesse, ela o teria passado a Jesus, e é pelos méritos de Cristo que ela foi preservada por Deus, pois ali naquele Tabernáculo, o santo ventre de Maria, gerou-se a Salvação na pessoa de Jesus. Deus quis que a Rainha nascesse sem o pecado para que Jesus não o tivesse.

Maria, Mãe de Deus

Eis outro grande enigma. Jesus enquanto plenamente Deus não era descendente de ninguém, pois procede do Pai e com o Pai e o Espírito Santo, forma apenas um. Entretanto, negar a maternidade divina de Maria é negar a redenção. Se as naturezas humana e divina de Jesus fossem separadas, então o sacrifício na cruz não teria servido para nada. Nosso Senhor teria morrido em vão.

Os sacrifícios do Antigo Testamento não limpavam a mancha do pecado, que é uma ofensa infinita a Deus. Eles apenas limpavam parcialmente. Ora, se o pecado é uma ofensa infinita a Deus, então há necessariamente que ter um sacrifício infinito capaz de limpar os pecados da humanidade.

Se a natureza humana de Jesus é distinta da natureza divina, como alegaram diversas correntes heréticas no decorrer da História, quem morreu na cruz foi um homem, pois a divindade não morre. Se quem morreu na cruz é um homem, então o pecado não foi remido, pois se assim fosse, qualquer homem que fosse oferecido em sacrifício teria sido suficiente para redimir os pecados da humanidade. Tomando este raciocínio os concílios da Igreja, condenaram tais teses.

Muito diferente, entretanto, foi o Santo Sacrifício de Cristo. Ele, morrendo na cruz, de uma vez por todas venceu o pecado através de sua morte e ressurreição. Então, quando Maria gerou Jesus, ela gerou de fato um ser plenamente homem e plenamente Deus, cujas naturezas são inseparáveis és a doutrina sempre professada pela Igreja.

Dessa maneira, o Sacrifício de Cristo foi um sacrifício infinito, pois foi um sacrifício de um Deus que se fez homem em tudo, exceto no pecado. Sendo infinito, esse sacrifício lavou nossas culpas e nos fez filhos de Deus.

Portanto, se Nossa Senhora não é Mãe de Deus, as naturezas humana e divina de Nosso Senhor têm que ser distintas e certamente o sacrifício teria sido inútil, tomando este raciocínio o Arianismo, negou a maternidade divina de Maria e o uso do título, Mãe de Deus. No entanto o Concílio de Éfeso em 431 d.C. confirmou dogmaticamente a Maternidade divina de Maria. Assim as naturezas humana e divina de Jesus estão unidas, foram geradas no corpo de Cristo no ventre de Maria Santíssima, tornando possível a redenção.

As mães de todos nós não são capazes de gerar almas, pois a alma quem gera é Deus. Entretanto, essa incapacidade não tira delas o título de mães nossas. De forma semelhante, Maria por não ser Mãe de Cristo enquanto Deus anterior a Maria; não tira dela o título de Mãe de Deus, pois Jesus Cristo é ao mesmo tempo tão humano que teve de ser gerado por uma mulher e tão Deus que nos remiu de nossos pecados. A encarnação é, portanto, um mistério insondável aos olhos humanos.

Maria, medianeira de todas as graças

Na Bíblia em momento algum fala-se que é inútil a oração da Igreja para a conversão dos fiéis. Através do batismo somos todos unidos ao Corpo Místico de Cristo (I Cor 12,12), remidos do pecado original. Assim, somos um só corpo no amor de Deus.

Se somos uns só corpo, não há diferença entre mortos e vivos no que se refere à capacidade de orarmos uns pelos outros, pois nosso tesouro escondido está no alto. Ora, se assim é, então todos os membros se beneficiam com a oração dos membros da Igreja e por isso, Nossa Senhora como Mãe da Igreja também ora por seus filhos.

Maria é medianeira de todas as graças, pois conforme já mostrado e também afirmado por diversos santos, doutores e papas; é Mãe de Cristo e como somos parte do corpo d’Ele, Maria é nossa mãe. Se a graça provém do Verbo, logo a graça passa por Maria, mãe do Verbo. Dessa maneira a Igreja crê que as graças obtidas pelos fieis, chegam também pelas mãos imaculadas da Virgem Santíssima, pois que a ela pode-se recorrer, ante a mediação única que exerce o Senhor Jesus junto ao Pai (I Tm 2,5).

O fato da Palavra de Deus, citar Jesus como único mediador entre Deus e os homens não acaba com a co-mediação de outros, inclusive Maria. Como somos parte do Corpo de Cristo que é a Igreja, assim somos todos comediadores e por isso a intercessão tem valor. Muito mais valor e muito mais força tem a oração dos que já estão em comunhão plena com Deus na visão beatifica. Maria sempre esteve em comunhão, pois jamais conheceu o pecado e por isso, a intercessão de Maria é a intercessão que excede a petição de todos os demais bem aventurados.

FONTE ELETRÔNICA:

http://www.veritatis.com.br/apologetica/maria-santissima/1073-papel-singular-maria

sábado, 23 de abril de 2011

Desconstrução da heteronormatividade

(para não dizer destruição da família)

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Após a eleição de Dilma Rousseff, houve notícias tristes, mas não surpreendentes. Os últimos dias do governo Lula destacaram-se por uma série de medidas em favor do homossexualismo. No ministério composto por Dilma, encontramos a defesa da descriminalização do aborto e do uso de drogas, assim como o combate à "homofobia". Em 6 de janeiro de 2011, foi publicado no Diário Oficial da União a resolução 1957/2010 do Conselho Federal de Medicina, que estendeu a duplas homossexuais o direito à "reprodução assistida"[1]. O Ministério do Turismo prevê neste ano um incentivo ao turismo homossexual, baseado em um acordo assinado entre Abrat GLS (Associação Brasileira de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes) e a Embratur em 21/10/2010[2].

O que foi feito do PNDH-3?

Em 21/10/2009, o presidente Lula presenteou os brasileiros com Decreto 7037/2009, que aprovou o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3)[3]. No programa constava explicitamente "apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos" (Eixo orientador IV, diretriz 9, objetivo estratégico III ação programática g). Atendendo a protestos, em 12/05/2010 Lula resolveu suavizar o texto, com o decreto 7170/2010: "considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde". O conteúdo permaneceu o mesmo, embora velado, pois toda vez que o governo se refere ao aborto como tema de "saúde pública" não se refere à saúde do bebê em gestação, mas à saúde da gestante que sofre danos em razão de abortos "mal feitos". Permanece portanto, o propósito de descriminalizar o aborto e praticá-lo no SUS.

O mesmo decreto 7170/2010 resolveu recuar (ao menos, por enquanto), no propósito de "desenvolver mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União" (Eixo orientador III, diretriz 10, objetivo estratégico VI ,ação programática c).

No entanto, o PNDH-3 permaneceu intacto em seu propósito de "apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo" e "promover ações voltadas à garantia do direito de adoção por casais homoafetivos" (Eixo orientador III, diretriz 10, objetivo estratégico V, ações programáticas b, c), bem como de "garantir os direitos trabalhistas e previdenciários de profissionais do sexo por meio da regulamentação de sua profissão" (Eixo Orientador III, diretriz 7, objetivo estratégico VI, ação programática n). O propósito do PNDH-3 em relação à família resume-se no seguinte: "reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares (sic) constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, com base na desconstrução da heteronormatividade (sic)" (Eixo orientador III, diretriz 10, objetivo estratégico V, ação programática d).

Em vez de destruir, "desconstruir". "Heteronormatividade" é a regra, absurda para o governo, segundo a qual homens só se casam com mulheres, e mulheres só se casam com homens. É preciso destruir (ou "desconstruir") essa regra, reconhecendo outras formas de família, o que significa, na verdade, destruir a família natural. A família assim deixa de ser o "santuário da vida"[4] e passa a designar qualquer aglomerado de pessoas (no futuro, também animais?), com qualquer tipo de comportamento sexual (incluindo a pedofilia?), orientado ou não à procriação. A vida deixa de ser sagrada, para ser o produto do encontro casual de um macho e uma fêmea da espécie humana. A promoção do aborto é coerente com a defesa da desestruturação da família. Ambas são bandeiras de nosso governo petista.

Mais de R$ 300 milhões contra a "homofobia"

Segundo Lula, homofobia é uma "doença perversa"[5] que leva os brasileiros a não aceitarem com naturalidade o vício contra a natureza. Segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, 99% dos brasileiros maiores de 16 anos têm essa "doença"[6]. Os sintomas são vários: desde franzir a testa diante das obscenidades de uma Parada Gay até não admitir um candidato homossexual em um seminário ou casa religiosa. Em 23 de novembro de 2010, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado aprovou uma emenda ao orçamento de R$ 302,8 milhões para iniciativas de apoio à "prevenção e combate à homofobia"[7].

Criação do Conselho Nacional de Combate à Discriminação

Para combater os 99% dos brasileiros doentes de "homofobia", em 9 de novembro de 2010, o presidente Lula criou, por meio do decreto 7388/2010, um Conselho Nacional de Combate à Discriminação[8], composto apenas pela elite daquele um por cento que não tem essa doença. Sua finalidade é "formular e propor diretrizes de ação governamental, em âmbito nacional, voltadas para o combate à discriminação e para a promoção e defesa dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - LGBT" (art. 1º, decreto 7388/2010).

Benefícios previdenciários para duplas homossexuais

Em 9 de dezembro de 2010, o Ministério da Previdência Social assinou a Portaria 513/2010[9], que passa a enquadrar as duplas homossexuais no conceito de "união estável" para fins previdenciários. Sem dúvida, mais um passo em direção ao reconhecimento do "casamento" entre pessoas do mesmo sexo.

"Kit gay" para crianças e adolescentes nas escolas

O Ministério da Educação e Cultura pretende forçar as escolas a corromper os adolescentes, apresentando a conduta homossexual como aceitável e a conduta "homofóbica" como abominável. Para este fim, foi produzido um "kit de material educativo [?] composto de vídeos, boletins e cartilhas com abordagem do universo de adolescentes homossexuais que será distribuída para 6 mil escolas da rede pública". Parte do material foi exibido em 23 de novembro de 2010 na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, durante o seminário "Escola sem Homofobia". O vídeo "Encontrando Bianca" apresenta um jovem de 15 anos, chamado José Ricardo, que insiste em se vestir de menina e ser chamado de Bianca. Ele aparece como vítima de perseguições "homofóbicas" e sofre dilema no momento de escolher o banheiro feminino em vez do masculino. A versão feminina da peça audiovisual mostra duas meninas "namorando". Os produtores ficaram três meses discutindo sobre até onde deveria entrar a língua na cena do beijo lésbico[10].

Ministra Iriny defende o direito de a mulher "decidir"

Iriny Lopes, petista, escolhida por Dilma para ocupar o cargo de ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, declarou à Folha de São Paulo: "não vejo como obrigar alguém a ter um filho que ela não se sente em condições de ter. [...] Ninguém defende o aborto, trata-se de respeitar uma decisão que, individualmente, a mulher venha a tomar". No 3º Congresso Nacional do PT, em 2007, Iriny havia defendido a proposta de descriminalização do aborto, que se transformou em resolução do Partido[11].

Ministra Maria do Rosário promete cumprir PNDH-3

Maria do Rosário, petista, nomeada ministra da Secretaria de Direitos Humanos, em seu discurso de posse de 3 de janeiro de 2011, prometeu cumprir as metas do PNDH-3 e combater a "homofobia"[12].

Ministro Cardozo quer discutir descriminalização do uso de drogras

Em 5 de janeiro de 2011, o novo Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso declarou que é favorável a uma discussão pública sobre a descriminalização do uso de drogas. Para ele, o assunto "precisa ser colocado para a sociedade"[13].

PLC 122/2006: a incriminação da "homofobia"

Para o governo, opor-se ao homossexualismo não é apenas uma "doença perversa" que precisa ser curada, nem somente uma falta de educação que deve ser remediada com vídeos (des)educativos. O sonho do governo é transformar a "homofobia" em crime, instaurando o terror sobre a esmagadora maioria dos brasileiros ditos "homofóbicos". É isso o que pretende o PLC 122/2006, que o PT lamenta não ter conseguido aprovar até o final de 2010. É possível desarquivar o projeto, caso haja o requerimento de um terço dos senadores. Uma vez desarquivado, o PLC 122/2006 poderá continuar a tramitar pelo Senado.

Conclusão

O Brasil ainda não tem a eutanásia da Holanda, o "casamento" de homossexuais da Espanha nem o aborto dos Estados Unidos. Embora haja países mais moralmente corrompidos que o nosso, o governo brasileiro se destaca, desde a ascensão do PT em 2003, por uma campanha ininterrupta e onipresente em favor da corrupção das crianças, da destruição da família e da dessacralização da vida. Para nossa vergonha, é difícil imaginar, em todo o planeta, um governo que mais tenha investido na construção da cultura da morte.

Anápolis, 11 de janeiro de 2011

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis
Telefax: 55+62+3321-0900
Caixa Postal 456
75024-970 Anápolis GO
http://www.providaanapolis.org.br


"Coração Imaculado de Maria, livrai-nos da maldição do aborto"

FONTE ELETRÔNICA:

http://www.cleofas.com.br/ver_conteudo.aspx?m=not&cat=108&scat=80&id=1860

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Origem da Bíblia

Alessandro Lima

Muitas pessoas se surpreendem ao saber que a Bíblia utilizada pelos protestanes é diferente da Bíblia utilizada pelos católicos. Mas qual é a diferença?

Como já escrevemos, o catálogo sagrado foi começou a ser definido pela Igreja Católica em 393 durante o Concílio Regional de Hipona (África). A Igreja desde os tempos apostólicos, utilizou a versão grega dos livros sagrados, chamada Septuaginta.

Desde o séc. IV até o séc. XVI, a Bíblia era a mesma para todos os cristãos. A diferença ocorreu durante a Reforma Protestante, quando Martinho Lutero renegou 7 livros do antigo testamento (Tobias, Judite, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, trechos de Daniel e Ester) e a carta de Tiago do Novo Testamento.

Lutero renegou tais livros porque eram fortemente contrários à sua doutrina. Por causa de uma das colunas de sua doutrina a "Sola Fide" ou Somente a fé, Lutero alterou o famoso versículo "Mas o justo viverá da fé" (Rm 1,17) para "Mas o justo viverá somente pela fé", e renegava a Carta de Tiago, que ensina que somente a fé não basta, é preciso as obras. Devido ao prestígio que a Carta de Tiago tinha, Lutero não obteve sucesso ao excluir tal livro. Quanto ao Antigo Testamento, os protestantes então revolveram ficar com o catálogo definido pelos Judeus da Palestina.

Este catálogo Judaico foi definido por volta de 100 DC na cidade de Jâmnia, e estes foram os critérios estabelecidos pelos judeus para formarem seu cânon bíblico:

O livro não poderia ter sido escrito fora do território de Israel;
O livro teria que ser totalmente redigido em Hebraico;
O livro teria que ser redigido até o tempo de Esdras (458-428 AC);
O livro não poderia contradizer a Torah de Moisés (os 5 livros de Moisés).


Devido à enorme conversão de judeus ao cristianismo, principalmente os judeus de língua grega, é que os judeus que não aceitaram a Cristo, desenvolveram um judaísmo rabínico, isto é, um judaísmo ultra-nacionalista, para frear a conversão das comunidades judaicas ao cristianismo. Com este cânon bíblico, era proibida pelo menos a leitura de todo o Novo Testamento, que mostra fortemente o cumprimento da promessa do Messias na pessoa de Cristo.

Muitos dos originais hebraicos de alguns livros foram perdidos, existindo somente a versão grega na época da definição do cânon judaico. Isto significa que livros como Eclesiástico e Sabedoria, escritos por Salomão, não foram reconhecidos pelos judeus de Jâmnia, além de outros livros que foram escritos em aramaico durante o domínio caldeu e persa. Recentemente os arqueólogos encontraram em Qruman no Mar Morto, o original hebraico do livro Eclesiástico.

Estes livros do Antigo Testamento que não foram unânimimente aceitos são chamados técnicamente de deuterocanônicos.

Os protestantes entram então em grande contradição pois aceitam a autoridade dos Judeus da Palestina para o Antigo Testamento e não aceitam a mesma autoridade para o Novo Testamento. Aceitam a autoridade da Igreja Cátólica para o Novo Testamento e não aceitam a mesma autoridade para o Antigo Testamento.

Os apóstolos em suas pregações utilizavam a versão grega dos livros antigos, note que das 350 sitações que o Novo Testamento faz dos livros do Antigo Testamento, 300 também se referem aos livros deuterocanônicos.

FONTE ELETRÔNICA:

http://www.veritatis.com.br/apologetica/solascriptura/1058-a-origem-da-biblia

quinta-feira, 21 de abril de 2011

História da Igreja Cristã Primitiva Parte 1

Dados cronológicos do Século I


Nesta seção você vai encontrar informações cronológicas que apontam em linhas gerais a História da Igreja Cristã Primitiva no Século I.

Século I - Cronologia

6 ou 4 a.C. - Nascimento de Jesus Cristo
2 a.C. - Nascimento de Paulo, conhecido como o Apóstolo dos Gentios
26 - Início do Ministério de João Batista (primo de Jesus)
26 a 30 - Ministério de Jesus Cristo
30 - Herodes Antipas manda decapitar João Batista
30 - Morte e Ressurreição de Jesus Cristo
30 - Dia de Pentecostes (ler Atos 2)
36 - Martírio de Estevão
37 - Conversão de Paulo
41 - Em Antioquia pela 1ª vez utiliza-se o termo "cristãos"
44 - Martírio em Jerusalém do apóstolo Tiago, o maior
45 a 48 - 1ª Viagem Missionária de Paulo
45 a 50 - Tiago, irmão de Jesus, escreve a Epístola de Tiago
49 - Concílio de Jerusalém: a salvação é pela fé e não pela Lei
49 a 52 - 2ª Viagem Missionária de Paulo
49 ou 52 - Paulo escreve a Epístola aos Gálatas
50 - Mateus escreve o primeiro dos 4 Evangelhos (Evangelho de Mateus)
51 - Paulo escreve a Epístola aos Tessalonicenses
51 - Paulo escreve a 2ª Epístola aos Tessalonicenses
53 a 58 - 3ª Viagem Missionária de Paulo
56 - Paulo escreve a Epístola aos Romanos
56 - Paulo escreve a Epístola aos Coríntios
57 - Paulo escreve a 2ª Epístola aos Coríntios
58 - Prisão de Paulo: de Jerusalém é transferido para Roma
60 - Lucas escreve o Evangelho (Evangelho de Lucas)
60 - Lucas escreve o livro Atos dos Apóstolos
60 - Na prisão, Paulo escreve: Epístola aos Efésios, Epístolas aos Filipenses, Epístola aos Colossenses e Epístola a Filemom
63 - Tiago, irmão de Jesus, morre apedrejado em Jerusalém
64 - Paulo escreve a 1ª Epístola a Timóteo
64 - 1ª perseguição geral aos cristãos: Nero ateia fogo em Roma e culpa cristãos
65 - Pedro escreve a 1ª Epístola de Pedro
65 - Paulo escreve a Epístola a Tito
66 - Pedro escreve a 2ª Epístola de Pedro
67 - Paulo escreve a 2ª Epístola a Timóteo
68 - João Marcos escreve o Evangelho de Marcos
68 - Judas, irmão de Jesus, escreve a Epístola de Judas
68 - Paulo escreve a Epístola aos Hebreus
85 a 90 - O Apóstolo João escreve a 1ª Epístola de João
85 a 90 - O Apóstolo João escreve a 2ª Epístola de João
85 a 90 - O Apóstolo João escreve a 3ª Epístola de João
85 a 90 - O Apóstolo João escreve o Evangelho de João
95 - Em Patmos João tem uma visão e escreve o Livro do Apocalipse (ou o Livro da Revelação)

Século I - Adendos Importantes
1ª Viagem Missionária de Paulo
2ª Viagem Missionária de Paulo
3ª Viagem Missionária de Paulo
Outras Viagens Missionárias
1ª Perseguição Geral aos Cristãos


História da Igreja Cristã Primitiva Parte 2

Dados cronológicos do Século II


Nesta seção você vai encontrar informações cronológicas que apontam em linhas gerais a História da Igreja Cristã Primitiva no Século II. Neste século a pureza do Cristianismo Primitivo começa a ceder espaço em muitos lugares a doutrinas de homens e/ou de espíritos de homens. Mas ainda há quem se conserve fiel aos ensinamentos verdadeiros dados pelo Cristo.

Século II - Cronologia

111 - Perseguição aos cristãos em Bitínia: Carta de Plínio a Trajano
112 - Sete Cartas de Inácio de Antioquia
115 - Ignatius introduziu o conceito de um líder acima dos outros (o bispo, distinguindo assim este título dos outros). Esse conceito tornou-se prevalente no século III
138 - Possível martírio de Telésforo, bispo de Roma, pelo Imperador Adriano
140-50 - Justino mantém uma escola de filosofia cristã em Roma. Justino Martir promove a primeira mudança com relação ao batismo com água e a divindade. Já que Justino não acreditava que Cristo era Deus, o Pai manifesto como homem, conforme os apóstolos ensinavam, batizava seus convertidos e seguidores da seguinte forma: "Eu te batizo em nome de Deus o Pai de todos e nosso salvador Jesus Cristo e do Espírito Santo". Justino acreditava e ensinava da mesma forma que os judeus que crêen que o nome de Deus é tão sagrado que o homem não deve pronunciá-lo, daí a sua afirmação de que Deus, o Pai e seu filho Jesus Cristo eram duas pessoas diferentes, pois ele não cria no nome de Jesus Cristo, sendo também, o nome do Deus Pai e do Espírito Santo. Esse resultado foi o pilar para o desenvolvimento de diferentes trindades no mundo religioso cristão.
142-55 - Pio I torna-se o 1º e único bispo a governar a cidade de Roma
144 - Marcião propõe um cânone com apenas o Evangelho de Lucas e 10 cartas de Paulo
144 - Marcião é expulso da comunidade cristã de Roma devido à inúmeras heresias
155 - Surge a 1ª reforma na igreja primitiva: o Montanismo
156 - Surge o termo "Igreja Católica" = "Igreja Universal"
160 - Marcião tenta introduzir o gnosticismo no cristianismo, considerado, posteriormente, um movimento herético
161 - Martírio de Policarpo em Esmirna
163 - Martírio de Justino em Roma
170-80 - Taciano propoe o "Diassentêrom", uma versão condensada dos Evangelhos tradicionais. A proposta foi rejeitada pelos cristãos
180 - Nascimento de Sabélio, um dos expoentes da heresia modalista que negava a doutrina da Trindade
193 - Clemente ensina a doutrina cristã em Alexandria
195 - Tertuliano passa a defender a supremacia do bispo de Roma sobre os demais bispos
197 - Tertuliano de Cartago defende os cristãos na obra "Apologética", a mais importante literatura da igreja primitiva
197 - 1ª Doutrina anti-bíblica: movimento herético de Zeferino, bispo de Roma, contra divindade de Cristo
200 - É escrito "a Diogneto", uma vibrante apologia de um autor cristão ao seu destinatário pagão


História da Igreja Cristã Primitiva Parte 3

Dados cronológicos do Século III


Nesta seção você vai encontrar informações cronológicas que apontam em linhas gerais a História da Igreja Cristã Primitiva no Século III, século que marca a extinção da Verdadeira Luz dos ensinamentos de Cristo. Com o processo de institucionalização da Igreja, agora oficialmente chamada Católica (= Universal) os autênticos ensinamentos de Cristo foram gradativamente sendo adulterados, até a Doutrina Verdadeira do Cristo ser recolhida aos Céus no final deste século.

Século III - Cronologia

202 - Leis de Séptimo Severo contra os cristãos
203 - Hipólito escreve a obra "Comentário a Daniel"
207 - Tertuliano converte-se ao Montanismo
210 - Tertuliano de Cartago enfatiza que os cristãos não devem participar do serviço militar
215 - Sabélio passa a pregar a heresia unissista
217 - Calixto torna-se bispo em Roma: cresce o sincretismo entre o cristianismo e outras religiões
217 - Nova divisão na igreja primitiva: Hipólito também proclama-se bispo de Roma e acusa Calixto de apoiar o herege Sabélio
218-23 - Surge a lenda de que Pedro foi o 1° papa
220 - Origenes introduz a doutrina da trindade para bebês, na sua escola de preparação para o batismo em Alexandria, Egito.
235 - Maximiano condena à morte Hipólito e Ponciano. Ambos consideravam-se bispos de Roma
250 - O imperador Décio persegue cristãos por todo o Império
250 - Martírio de Fabiano, bispo de Roma
251 - Nova divisão na igreja primitiva: Cornélio é eleito bispo de Roma, alguns cristãos querem Novaciano, então surge o Novacionismo
251 - Sínodo de Roma contra o cisma de Novaciano
257 - O Sabelianismo propaga-se entre os cristãos da Lídia
257-58 - Leis de Valeriano contra os cristãos
258 - Martírios de Cipriano (bispo de Cartago) e Sisto (bispo de Roma)
261 - Édito de tolerância para os cristãos
265 - Sínodo de Antioquia: condenação de Paulo de Samósata
270 - Santo Antônio dá origem a vida monástica no Egito
280 - Conversão ao cristianismo de Tiridates, rei da Armênia
297 - Diocleciano inicia nova perseguição aos cristãos
300 - Surge a primeira lei de celibato para os sacerdotes

 
FONTE ELETRÔNICA:
 

É Possível Ser Parcialmente Católico?

Por Tarcísio Amorim Carvalho
Historiador e mestrando em História Comparada (UFRJ)


Considerações sobre a unidade da Igreja e a necessidade de adesão aos seus ensinamentos.


Não é incomum encontrar pessoas que se denominam católicas, frequentam a missa e participam de pastorais, mas não concordam com grande parte dos ensinamentos, doutrinas e normas da Igreja. Elas até são capazes de defender alguns pontos da fé e professar o símbolo apostólico ou niceno-constantinopolitano, sem, contudo, atentar para a profundidade do significado do que é crer na Igreja Católica. Alguns ainda parecem pensar que seria possível professar os outros pontos doutrinais, como a divindade de Cristo e a unicidade das três pessoas divinas, sem ter que acreditar na autoridade da Igreja. Mas como reconhecer essas realidades, que foram tantas vezes questionadas pelos vários cristianismos heréticos na antiguidade, sem se voltar para a autoridade eclesiástica? Através de uma análise histórica e doutrinal, buscarei esclarecer a inconsistência dessa linha de pensamento.

O Deus do Antigo Testamento, que outrora havia se revelado à Israel, levou essa revelação à sua plenitude em Jesus Cristo:


(...) no mistério de Jesus Cristo, Filho de Deus Encarnado, que é « o caminho, a verdade e a vida » (cf. Jo 14,6), dá-se a revelação da plenitude da verdade divina: « Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o queira revelar » (Mt 11,27)(...)

(Declaração Dominus Iesus, 5)


Além de se relevar aos seguidores, Jesus também afirmou que iria se revelar àqueles a quem os discípulos falarem: “quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita” (Lc 10, 16).

Para garantir que sua palavra fosse revelada em sua integridade, Jesus edificou sua Igreja sobre o apóstolo Pedro (cf. Mt 16, 18-19) e pediu que ele apascentasse as suas ovelhas (cf. Jo 21, 15-17). Também prometeu que iria acompanhá-la até o fim dos tempos (cf. Mt 16,18; 28,20) e guiá-la com o seu Espírito (cf. Jo 16,13) Segundo a declaração Dominus Iesus , “Jesus não formou uma simples comunidade de discípulos, mas constituiu a Igreja como mistério salvífico: Ele mesmo está na Igreja e a Igreja n'Ele (cf. Jo 15,1ss.; Gal 3,28; Ef 4,15-16; Actos 9,5)” (16). A Igreja é o Corpo de Cristo, pelo qual Ele fala e age (cf. 1 Cor 12,12-13.27; Col 1,18).

Em sua carta aos Gálatas, Paulo critica a atitude daquela comunidade que insistia em se voltar para o erro dos judaizantes, ou seja, daqueles que pregavam a adesão às leis judaicas para a salvação cristã. Essa questão já havia tinha sido debatida no concílio de Jerusalém, onde Pedro pronunciou-se contra a opinião dos dissidentes (At 15, 6 -21). Falando à comunidade, Paulo a repreende por estar acolhendo doutrinas alheias à pregação dos apóstolos:

Estou admirado por estardes a abandonar tão depressa Aquele que vos chamou por meio da graça de Cristo, para aceitardes outro Evangelho. Na realidade, porém, não existe outro Evangelho. Há somente pessoas que semeiam confusão entre vós e querem deturpar o Evangelho de Cristo. (...) Se alguém pregar doutrina diferente da que recebestes, seja ele excomungado (Gl 1, 6-7.9).

Isso porque, segundo o apóstolo, o evangelho por ele anunciado não é invenção dos homens, mas foi revelado por Cristo (cf. Gl 1, 11).

A questão dos judaizantes foi apenas uma das primeiras controvérsias que a Igreja cristã encontrou. Ainda em seus primeiros anos, a tradição gnóstica aproximou-se do cristianismo. Os gnósticos acreditavam que a libertação da alma se daria por algum tipo de revelação mística, e não pela revelação universal cristã. Eles também pregavam que Jesus não era verdadeiramente homem, sendo sua aparência apenas uma manifestação de seu espírito. Essa corrente deu origem a várias heresias dualistas, que viam na matéria o princípio do mal. O gnosticismo foi condenado pela Igreja, sendo que Paulo já mencionava alguns de seus pontos doutrinais em suas encíclicas (Colossenses 1-3; I Tm 6, 20). Um dos grandes opositores dessa heresia foi Santo Irineu, que na obra Adversus Haereses afirmou:


Pela tradição que deriva dos apóstolos, da maior, mais antiga e mais conhecida Igreja que foi edificada em Roma pelos apóstolos Pedro e Paulo... é necessário que toda Igreja concorde com ela, em razão de sua autoridade preeminente

(Santo Irineu de Lyon [+202]*)


Além disso, ainda na antiguidade e nos primeiros séculos da Idade Média surgiram várias controvérsias em torno da questão da humanidade e divindade de Jesus, assim como da teologia trinitária. As escrituras não eram claras o suficiente a esse respeito e, como o conhecimento da filosofia grega se expandia pelo mundo cristão, era necessário dar respostas mais eficientes acerca desses pontos.

No início do século IV, o presbítero Ário de Alexandria (+336) difundiu a crença de que Jesus não tinha a mesma natureza (divindade) de Deus. Esta subsistiria somente no Pai. Cristo seria um ser criado por Deus, dotado de grande perfeição, para realizar suas obras no mundo, já que Deus não poderia ser um ser material. Em vista desse fato, Jesus poderia ser chamado Filho de Deus. Apesar de ter sido condenado em um sínodo em Alexandria, a controvérsia aumentou quando Ário conseguiu mais seguidores. O problema só foi resolvido com a convocação de um concílio ecumênico em Niceia, no ano de 325. O concílio condenou o arianismo e declarou que Jesus era Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, consubstancial ao Pai. Essa doutrina, porém, perdurou por séculos na Europa e foi amplamente difundida entre os povos germanos.

Assim como a divindade de Jesus foi motivo de discórdia, alguns cristãos defendiam que o Espírito Santo era uma criatura espiritual. Macedônio, bispo ariano de Constantinopla deposto em 360, reuniu seguidores em defesa dessa doutrina, que eram conhecidos como macedonianos ou pneumatômacos. Mais uma vez foi convocado um concílio, que se deu em Constantinopla no ano de 381, afirmando a consubstancialidade do Espírito Santo.

Mesmo com a afirmação da mesma natureza do Pai e do Filho, várias polêmicas surgiram em torno da conciliação entre a natureza humana e divina de Cristo. O Bispo Apolinário de Laodiceia (+390), se apoiando nas palavras “O Lógos se fez carne” do evangelho de João, entendeu que Jesus não tinha uma alma humana, mas era movido pela alma divina. Gregório de Nissa (+394) e outros pensadores responderam afirmando que o que não foi assumido pelo Verbo também não foi redimido. A doutrina também foi condenada no Concílio de Constantinopla. Ainda existiram outras heresias cristológicas, como o nestorianismo, que pregava duas naturezas (humana e divina) e duas pessoas em Jesus, unidas por um vínculo afetivo. Para eles, Maria seria mãe apenas da pessoa humana de Cristo. Já o monofisismo sustentava que a natureza divina de Cristo absorveu a humana, divinizando-a. Algo que simbolizaria o que deveria ocorrer com os fiéis em sua santificação. A doutrina que católica foi proclama nos Concílios de Éfeso (431) e Calcedônia (451): não existem duas pessoas de Cristo, ele é um só, a segunda pessoa da trindade, mas assumiu a natureza humana, sendo verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.

Pode-se perceber, através dessa explanação, que alguns pontos que hoje são comuns para tantos católicos e mesmo para muitos protestantes foram motivo de intensos conflitos e debates durante os primeiros séculos do cristianismo. Vimos que na era apostólica as controvérsias também eram frequentes, mas a Igreja exortava os cristãos à fidelidade ao evangelho por ela anunciado. Para manter a unidade doutrinal, vários eclesiásticos e padres da Igreja se manifestaram atestando a autoridade do Bispo de Roma nas questões de fé:

Nós os exortamos, respeitosamente, honoráveis irmãos, a que rendam obediência para o que foi escrito pelo Santíssimo Padre da cidade de Roma; pelo bem aventurado Pedro, que vive e preside em sua Sé, ele provê a verdade da fé para aqueles que buscam

(São Pedro Crisólogo [+450]**)

Além dessas coisas, eles ainda ousam – um falso bispo que foi apontado para eles por heréticos – acorrer e enviar cartas de pessoas cismáticas e profanas para o torno de Pedro, a principal Igreja na qual a unidade tem sua fonte

(São Cipriano [+258] Bispo de Cartago***)

Como não sigo a nenhum outro senão Cristo, da mesma forma eu não consulto a ninguém a não ser sua santidade, que está na cátedra de Pedro. Porque ele é a rocha em que a Igreja está construída

(São Jerônimo [+420]****)

Se Paulo, o arauto da Verdade, a trombeta da Espírito Santo, recorreu ao grande Pedro para obter sua decisão em Antioquia na questão daqueles que debatiam sobre a vida pela Lei, muito mais nós, gente pequena e humilde, acorremos à Sé Apostólica a fim de conseguir a cura para as Igrejas. Pois é apropriado que você tenha a preeminência em todas as coisas, visto que sua Sé possui privilégios peculiares

(Teodoreto [+466], Bispo de Cirro, Síria*****)


O Concílio de Niceia confirmou a primazia da Igreja de Roma, seguida de Alexandria, Antioquia e Jerusalém. No quarto Concílio de Constantinopla ela foi realçada, concedendo-se à nova sede imperial do Oriente o segundo lugar.

A partir dessas considerações, pode-se pensar o quanto é contraditório alguém dizer que acredita em Deus, na trindade, ou em Jesus, cuja própria natureza foi motivo de longos e intensos debates, e não acreditar na Igreja Católica. Se uma pessoa rejeita a autoridade dos sucessores dos apóstolos, cuja continuidade na Igreja é atestada pela tradição e por abundantes documentos históricos, ela não terá nenhum ponto de apoio realmente seguro para afirmar sua fé em Cristo. Como pudemos ver, a Igreja e pregação Cristã formam uma unidade, que é atestada desde os tempos apostólicos. Por isso, a declaração Dominus Iesus atesta que:

Em relação com a unicidade e universalidade da mediação salvífica de Jesus Cristo, deve crer-se firmemente como verdade de fé católica a unicidade da Igreja por Ele fundada. Como existe um só Cristo, também existe um só seu Corpo e uma só sua Esposa: «uma só Igreja católica e apostólica» (Dominus Iesus, 16).

Em sua essência, o catolicismo se fundamenta nesse mistério da unicidade, em que o próprio Cristo vive e age pela Igreja; pois ele prometeu estar com os apóstolos até o fim dos tempos (Mt 28, 20) e disse que as portas do inferno não prevaleceriam ela (Mt 16, 18). A partir dessa unicidade compreende-se que a Igreja Católica também é Una, já que ela está fundada sobre a sucessão apostólica e o depósito da fé, transmitido ininterruptamente. Por isso, afirma a constituição dogmática Pastor Aeternus, quando o Papa fala como pastor e mestre de todos os cristãos em matéria de fé e moral, sua doutrina deve ser sustentada por toda a Igreja (Pastor Aeternus IV). Isso inclui também as questões econômicas e sociais, quando essas estão ligadas ao ensinamento moral: “Dentro deste campo”, sustenta o Papa Pio XI, “o depósito da verdade que Deus Nos confiou e o gravíssimo encargo de divulgar toda a lei moral, interpretá-la e urgir o seu cumprimento oportuna e importunamente, sujeitam e subordinam ao Nosso juízo a ordem social e as mesmas questões econômicas” (Quadragesimo anno, II)

Nesse sentido, é inconsistente afirmar-se católico, dizer que crê na eucaristia, que Jesus é Deus, defender a intercessão dos santos e ao mesmo tempo discordar do Magistério em questões como o aborto, a eutanásia, a contracepção, entre outras. Se a Igreja não tem autoridade para afirmar que essas práticas violam a lei moral, então todo o depósito doutrinário que professamos não tem fundamento. Não se pode dizer que Deus é um em três pessoas e ao mesmo tempo ser a favor do homossexualismo. Pois a mesma Igreja que afirmou aquele ponto da fé, condenou essa prática. Não se pode dizer que Maria é Mãe de Deus, como foi proclamado a partir das conclusões do citado Concílio de Éfeso, e afirmar que a Igreja erra ao não conceder o divórcio aos fiéis. Não se pode dizer que Cristo encarnou-se e assumiu a nossa humanidade, como foi concluído em Niceia e Constantinopla, e afirmar não há mal nenhum na contracepção. Não caberia neste artigo explicar cada questão levantada, seu objetivo é explicitar o papel da Igreja na revelação. Esta mesma Igreja que, em sua autoridade, apresentou-nos Deus e Cristo como conhecemos, também nos apresenta os Seus ensinamentos. Se não cremos que o Espírito Santo instruiu sua Igreja no caminho da verdade, como prometera Nosso Senhor, veremos, mais cedo ou mais tarde, que nossa fé não tem sentido.

Visto isso, concluí-se que não é possível ser católico e não guardar o depósito da fé – fundamentado nas escrituras, na tradição e no Magistério da Igreja – pois a unidade é a própria essência do catolicismo:


Há um só Deus, e Cristo é um, e há uma só Igreja, e uma cátedra fundada sobre a rocha pela palavra do Senhor. Outro altar não pode ser constituído nem um novo sacerdócio ser feito, exceto o único altar e o único sacerdócio

(São Cipriano [+258], Bispo de Cartago******)


* Contra as Heresias III, 3.2. Disponível em: http://www.intratext.com/IXT/ENG0307/__P20.HTM. Acesso em 10/03/11
** Carta à Êutiques XXV, 2 in Jurgens, The Faith of the Early Fathers, p.268
*** Carta à Cornélio, contra os heréticos LIV, 14. Disponível em: http://www.ccel.org/ccel/schaff/anf05.iv.iv.liv.html. Acesso em 10/03/11
**** Carta à Damaso XV, 2. Disponível em: http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf206.v.XV.html. Acesso em 10/03/11
***** Carta à Leão Magno LII, I. Disponível em: http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf212.ii.iv.lii.html. Acesso em 10/03/11
****** Carta à Todo Povo, XXXIX, 5. Disponível em: http://www.ccel.org/ccel/schaff/anf05.iv.iv.xxxix.html. Acesso em 10/03/11

Para citar:

CARVALHO, Tarcísio Amorim: “É Possível Ser Parcialmente Católico?”. Disponível em Apostolado Sociedade Católica: http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=719 Desde o dia 19/03/2011